Timão faz 4, encaminha vaga e fica perto de espantar fantasma na Libertadores
São Paulo, 4 fev (EFE).- A única participação na fase preliminar da Taça Libertadores, em que foi eliminado pelo Tolima, ainda está na lembrança, mas o Corinthians ficou perto de escrever uma história diferente nesta edição do torneio continental ao golear o Once Caldas por 4 a 0 nesta quarta-feira em Itaquera.
Em 2011, com Ronaldo em campo, o Timão caiu ainda na chamada “pré-Libertadores” ao empatar sem gols no Pacaembu e perder por 2 a 0 na Colômbia. Nesta noite, na Arena Corinthians, porém, a equipe paulista começou a “exorcizar o fantasma” contando com gols de Emerson, Felipe, Elias e Fágner e levando assim um ótimo resultado para o país vizinho.
O jogo chegou a ter contornos de drama, já que ainda no primeiro tempo, com o placar de 1 a 0, Guerrero foi expulso. Sem se deixar abalar, os comandados de Tite construíram uma grande vantagem e agora poderão perder por até três gols de diferença daqui a exatamente uma semana, em Manizales, que mesmo assim se colocarão no grupo 2. A chave já tem o rival São Paulo, o atual campeão San Lorenzo e o Danúbio, do Uruguai.
Os problemas do técnico Tite foram o zagueiro Edu Dracena, que chegou do Santos mal fisicamente e entrou apenas no segundo tempo, e o volante Cristian, que, ainda fora de forma, não foi sequer relacionado. No meio, Jadson herdou a vaga de Lodeiro, que vinha treinando como titular, mas foi negociado com o Boca Juniors.
No time visitante, dois jogadores merecem destaque. O lateral Piedrahita defendia o Tolima na eliminação do Timão em 2011, e o goleiro reserva Juan Carlos Henao, de 43 anos, era titular do Once Caldas no título da Libertadores em 2004, numa campanha em que a equipe eliminou o Santos nas quartas de final e o São Paulo nas semifinais.
A vingança contra Piedrahita demorou quatro anos, mas aconteceu logo nos primeiros instantes da partida em Itaquera. Emerson deixou o defensor na saudade na ponta esquerda e, com o goleiro Cuadrado adiantado, marcou por cobertura, com 30 segundos de partida. Só o atacante pode dizer se tentou cruzar ou teve a intenção de protagonizar o belo lance.
O gol empolgou a equipe da casa, que se lançou ao ataque nos minutos seguintes em busca do segundo. Aos sete, Guerrero dominou na direita da área e tocou para o meio buscando Elias, mas o camisa 7 não conseguiu arrematar.
Em uma jogada protagonizada pelos meias do Timão, aos 12, Jádson passou para Renato Augusto, que teve espaço e arriscou de fora da área. Cuadrado caiu no canto direito e defendeu.
O Once Caldas enfim deu o ar da graça no campo de ataque aos 15 minutos. A defesa corintiana ficou apenas olhando, e Penco conseguiu receber na área, mas adiantou muito e parou na defesa firme de Cássio.
Depois disso, as boas finalizações deram lugares a dois lances polêmicos. Aos 20, depois de cobrança de falta da meia esquerda, Ralf desviou para trás e marcou contra. No entanto, a arbitragem assinalou impedimento por considerar que o jogador do time colombiano interferiu na falha do volante.
Seis minutos depois, foi a vez de o Corinthians reclamar. Guerrero se embolou com Camilo Pérez na intermediária e, depois da disputa de bola, acertou a mão no rosto do adversário, que viu cartão amarelo, enquanto o peruano acabou sendo expulso.
A partida então esfriou, tanto nas jogadas de ataque quanto em relação aos nervos. Valoy quebrou o gelo aos 34, quando passou por dois marcadores e tentou de longe, mas encobriu a meta.
Isolado no ataque após a expulsão de Guerrero, Emerson era o único jogador que dava algum trabalho para a defesa do Once Caldas. Aos 46 minutos, Sheik chutou de muito longe e carimbou o travessão.
Mesmo com um a menos, o Corinthians voltou do intervalo atacando mais, embora tenha levado um susto aos sete minutos. Patrício Pérez, que entrou em lugar de Camilo Pérez, pegou a sobra dada por Cássio e cruzou na segunda trave para Penco, que cabeceou tirando tinta do poste esquerdo.
A resposta foi dada, e bem dada, dois minutos depois. Jadson bateu escanteio da esquerda, Felipe apareceu sozinho e cabeceou firme, tirando a bola do goleiro e o grito de alívio da torcida no estádio.
A superioridade numérica não era suficiente para que o Once Caldas tomasse o controle das ações. A equipe visitante chegava apenas em lances isolados, como aos 20 minutos. Felipe afastou parcialmente, Arango partiu para cima de Fágner e fez o chuveirinho, mas ninguém apareceu para completar.
O jogo e o confronto como um todo ficaram mais tranquilos para o Timão a partir dos 24 minutos, quando Murillo cometeu falta dura em Fágner, viu o segundo amarelo e voltou para o vestiário mais cedo. Logo na sequência, em linda jogada coletiva, Elias tabelou primeiro com Jádson e depois com Renato Augusto, que devolveu de calcanhar para o camisa 7 bater forte e marcar o terceiro.
Se com um a menos o Corinthians já se impunha, no dez contra dez ficou fácil, e o quarto gol aconteceu aos 33. Lançado no bico da área, Renato Augusto deu mais um bonito passe de calcanhar, Fágner invadiu a área e tocou por cima de Cuadrado.
Parecia não haver o que as equipes pudessem fazer para mudar a história do jogo. Entregue, o representante colombiano não incomodava, enquanto o Timão administrava a goleada à espera do apito final.
Contudo, ainda houve tempo de Tite ganhar outro desfalque para a volta além de Guerrero. Fábio Santos entrou por cima em dividida com Arango, acertou a canela do adversário e também recebeu cartão vermelho.
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Ficha técnica:.
Corinthians: Cassio; Fágner, Felipe (Edu Dracena), Gil e Fábio Santos; Ralf, Elias (Bruno Henrique), Renato Augusto e Jadson; Emerson (Mendoza) e Guerrero. Técnico: Tite.
Once Caldas: Cuadrado; Piedrahita, Moreno, Camilo Pérez (Patrício Pérez) e Murillo; Lopera, Valoy (Quintero), Harrison Henao e Balanta (Arias); Arango e Penco. Técnico: José Flabio Torres.
Árbitro: Patrício Loustau (Argentina), auxiliado pelos compatriotas Gustavo Rossi e Ivan Núñez.
Cartões amarelos: Pérez, Murillo, Harrison Henao e Cuadrado (Once Caldas).
Cartões vermelhos: Guerrero e Fábio Santos (Corinthians); Murillo (Once Caldas).
Gols: Emerson, Felipe, Elias e Fágner (Corinthians).
Estádio: Arena Corinthians, em São Paulo. EFE
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