Tio e treinador de Nadal admite incômodo do sobrinho em ser 5º do ranking

  • Por Agência EFE
  • 09/04/2015 18h34
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Agencia EFE Rafael Nadal perde em Indian Wells

Toni Nadal, tio e treinador do tenista espanhol Rafael Nadal, admitiu nesta quinta-feira em entrevista exclusiva à Agência Efe que o sobrinho está incomodado por ter caído para o quinto lugar do ranking da ATP com o mau desempenho no Masters 1000 de Miami, na semana passada, quando caiu logo na terceira rodada.

“Ele prefere ser o (número) um, se não um, o dois, e se não dois, ser o três. Mas no final o que se quer é ser competitivo. Saber que quando disputará um torneio, ter chances de vitória. Rafael está há muitos anos no circuito e nas posições de cima, e não lhe preocupa muito sua posição, só ser competitivo e em condição de vencer, ou ser um dos favoritos para vencer o torneio que disputar. E isso é o que nos preocupa no momento”, comentou Toni Nadal.

O ex-líder do ranking não vem tendo um bom início de ano. Ele conquistou apenas um título, o do ATP 250 de Buenos Aires, além de ter caído nas semifinais do Rio Open, nas quartas do Aberto da Austrália e do Masters 1000 de Indian Wells e na terceira rodada em Miami, onde perdeu para o compatriota e “freguês” Fernando Verdasco.

“Nós começamos o ano não muito bem. Temos que fazer um esforço para recuperar a forma. É verdade que agora vem a parte do circuito mais propício para Rafael, mas também é a parte na qual está mais pressionado. É preciso combinar essas duas coisas e confiar que o bom jogo que tivemos em várias ocasiões volte a ser mais contínuo”, reconheceu.

Parte da imprensa vem atribuindo o rendimento abaixo do esperado a uma queda no aspecto psicológico. No entanto, Toni acredita que esse não é o problema de seu pupilo e que o fator mental não tem grande influência no esporte.

“Escutei muitas vezes que no esporte a diferença está na cabeça, e acho isso um erro. No caso do tênis, está nas pernas e no braço. Também é certo que é preciso estar mentalmente preparado para que o que se sabe fazer e a habilidade funcionem. No futebol, por exemplo, a diferença de Messi e Cristiano Ronaldo é o domínio que têm da bola, à parte o fato de entenderem o jogo”, comparou o treinador, que, contudo, admitiu que Nadal já foi mais forte psicologicamente.

“É a realidade. O que sempre tinha sido o forte de Rafael, nos últimos torneios não foi. Essa força mental, que ele tinha tido para saber se sobrepor às dificuldades, hoje em dia nos está custando mais. Também está sendo mais difícil que o normal ter uma linha de regularidade, ponderou.

“Mas estamos trabalhando para recuperá-la. É um tema passageiro, e à medida que ele for disputando partidas e tivermos a sorte de vencer uma partida importante, ele recuperará a forma que tinha antes”, completou.

Enquanto alguns apontam uma baixa no psicológico como o problema do quinto colocado do ranking, outros dizem que ele se acomodou. Essa hipótese também foi rechaçada por Toni.

“Não acho (que se acomodou), nem acho que esta seja a causa de seu jogo errático atual. Rafael tem a mesma vontade de ir bem. Não se acomodou em momento algum durante todos estes anos, e não teria razão para fazer isso agora”, destacou.

Nadal se prepara agora para o começo da temporada europeia no saibro, seu piso preferido, que terá início na próxima semana com o Masters 1000 de Monte Carlo. A gira terminará em Roland Garros, onde o espanhol é o maior campeão de toda a história e buscará o décimo título.

“Significaria uma grande alegria evidentemente, porque seria conquistar o 15º Grand Slam e serviria para superar Sampras inclusive, e, além disso, uma grande alegria porque é um Grand Slam. Ser o décimo não me preocupa, o que me motiva é vencer o torneio em si”, afirmou.

O atleta de 28 anos é treinado pelo tio desde quando tinha apenas 6. Sobre a possibilidade de Rafa trocar de técnico, Toni Nadal não conseguiu ser firme na resposta.

“Pode ser, não sei. Nunca pensei nisso. Rafael tem dois técnicos, Francis Roig e eu, e está bem tratado. Acho que é um tema pessoal. Em alguns momentos uma mudança de treinador e de visão pode ajudar, mas não sei o que dizer”, esquivou-se.

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