Tite revela que esperava Seleção: “me preparei, mas não fui escolhido”

  • Por Luis Carlos Quartarollo e Adalberto Piotto
  • 18/08/2014 09h17
Jovem Pan Entrevista com o professor Tite-1

Desde que anunciou a sua saída do Corinthians, ao final do Campeonato Brasileiro do ano passado, Tite vinha viajando pelo mundo para estudar um pouco mais sobre o futebol em busca de um maior conhecimento na área. Em entrevista por telefone à rádio Jovem Pan na manhã desta segunda-feira, o técnico revelou, pela primeira vez, que desejava treinar a Seleção Brasileira após a Copa do Mundo e lamentou ter sido preterido por Dunga. O gaúcho descartou a possibilidade de sua amizade com Andrés Sanchez, opositor de José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, líderes da Confederação Brasileira de Futebol, ter ajudado em deixá-lo de lado na decisão final.

“Me preparei para isso sim, mas não fui escolhido. Assim como o Muricy (Ramalho) e o Abel (Braga) em outras épocas. Mais do que esta busca pela Seleção, é a busca da preparação que você fez. Viajar para assistir jogos, ver a final da Libertadores e da Liga dos Campeões são importantes para o crescimento profissional”, contou o ex-técnico do Timão.

Com oito títulos nos últimos cinco anos de carreira, somando as passagens pelo Alvinegro Paulista e pelo Internacional, Tite acredita que essa trajetória o credenciava para assumir o comando do Brasil. “Eu tinha essa expectativa por esses últimos cinco anos, mas tranquilo. Sabemos que há uma série de aspectos nessa escolha de técnico”, explicou.

Um desses aspectos que poderia ter contribuído para o treinador não ter sido escolhido foi político. Amigo de Andrés Sanchez, opositor declarado da cúpula formada por Marin e Del Nero, o campeão Mundial de Clubes de 2012 afirmou que quem levou para esse lado para fazer a escolha é porque não o conhece.

“Se esses aspectos foram políticos e determinantes, é porque não conhecem o Tite, que é um cara leal aos seus princípios e ao local onde trabalha, assim como é o Andrés”, pontuou.

Com o futebol brasileiro em baixa após o pífio desempenho na Copa do Mundo, Tite diz que o país não passa por um momento de vacas magras, e cita problemas de estrutura como fator determinante. Ele cobrou maior estabilidade dos técnicos em seus cargos para poderem trabalhar com mais qualidade e buscar qualificação. O treinador pediu maior cuidado dos dirigentes com as categorias de base.

Para tentar explicar a derrota brasileira para a Alemanha no Mundial, Tite falou que o 7 a 1 aconteceu por todo um contexto prévio. “O 7 a 1 foi um contexto. Se temos uma equipe que tem uma melhor preparação e com atletas que jogam aqui, que se compreendem um pouco mais, é melhor. Tecnicamente esteve abaixo, taticamente ela falhou. Todo o envolvimento ficou abaixo”, finalizou.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.