Conheça todos os esportes dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020

De 25 de agosto até 5 de setembro, atletas de 123 países competirão em busca de medalhas nas 23 modalidades que serão disputadas na capital japonesa

  • Por Jovem Pan
  • 21/08/2021 10h00
Jason Cairnduff/Reuters - 14/09/2016 Três atletas amputados disputam a prova dos 100 m: um britânico, de branco, que lidera em uma pista central, um dinamarquês de vermelho, à esquerda, e um australiano, de amarelo, à direita Final da prova dos 100 m T4 na Rio 2016; atletismo tem 15 categorias nos Jogos Paralímpicos

A cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 será realizada na próxima terça-feira, 24. No dia seguinte, os atletas de 131 países iniciarão a busca pelas medalhas em 23 modalidades. Até o dia 5 de setembro, data de encerramento da competição, a capital japonesa atrairá olhares de todos os cantos do mundo para um dos principais evento esportivo do planeta. Mas, afinal, você conhece todos os esportes que serão disputados? Sabe quais são as regras de cada um? Neste guia sobre as Paralimpíadas, a Jovem Pan Online explica as modalidades e como serão disputadas as provas.

1. Judô

O judô nas Paralimpíadas é disputado por atletas com deficiência visual, divididos em categorias de acordo com o peso corporal e percepção. Na categoria B1 estão cegos totais; na B2, atletas com percepções de vultos; e na B3, aqueles que conseguem definir imagens. As lutas têm até cinco minutos de duração e já se iniciam com os atletas em contato com o judogi (uniforme usado pelos atletas) do oponente. O juiz interrompe o combate se esse contato é perdido. A modalidade já rendeu 22 medalhas ao Brasil.

O Brasil é uma das potências no judô paralímpico

O Brasil é uma das potências no judô paralímpico

2. Natação

Na natação, há três nomenclaturas: S (nado livre, costas e borboleta), SB (nado peito) e SM (nado medley). Atletas com deficiência físico-motora, visual e intelectual podem competir nas piscinas, que têm os mesmos padrões olímpicos. Também existem classes que subdividem os atletas por suas categorias: da S1 à S10, competem atletas com limitações físico-motoras; na S11, S12 e S13, estão os atletas com deficiência visual; na S14, os com deficiência intelectual. Quanto maior a deficiência, menor o número da classe. A natação é a segunda modalidade que mais rendeu medalhas ao Brasil: já foram 102, sendo 32 de ouro, 34 de prata e 26 de bronze.

3. Parabadminton

O badminton estruturado para pessoas com deficiências físicas fará sua estreia no quadro paralímpico em Tóquio. Os atletas competem em cadeira de rodas e utilizam uma raquete para golpear a peteca na quadra dos adversários. Existem provas individuais e de duplas (masculinas, femininas e mistas), em seis classes diferentes: WH1 e WH2 para funcionais de cadeiras de rodas; SL3 e SL4 para pessoas com deficiência nos membros inferiores, mas que andam; SU5 para pessoas com deficiência nos membros superiores; SH6 para funcionais de baixa estatura.

4. Parataekwondo

Também estreando em Tóquio, o parataekwondo é disputado por dois atletas: um de colete azul e outro de vermelho. As lutas são realizadas em três rounds de dois minutos, com um de intervalo. Ganha quem tiver pontuação maior ao final do embate. A diferença para o taekwondo olímpico é que na modalidade paralímpica não é permitido chute na altura da cabeça. Existem duas classes esportivas. A poonse é disputada por atletas com deficiência visual, intelectual, física e baixa estatura. A classe kiorugui KP60 é para surdos. Dentro desta classe, também existe a categorias K43 (atletas com amputação bilateral do cotovelo até a articulação da mão) e K44 (amputação unilateral do cotovelo até a articulação da mão). Na categoria feminina, a divisão por peso obedece os seguintes critérios: até 49 kg, até 58 kg e acima de 58 kg. Para homens, os pesos são de 61 kg, 75 kg e acima de 75 kg.

5. Remo

Presente desde 2008, o remo permite que atletas com deficiências físicas e visuais estejam nas competições no percurso de 1.000 metros. São três modelos de barco: single-skiff, double-skiff e quatro com timoneiro. São três as classes na modalidade: PR1, para remadores com função mínima ou nenhuma função de tronco; PR2, com remadores com uso funcional dos braços e troncos, mas com fraqueza/ausência da função das penas; e PR3, em que remadores têm função residual das pernas.

6. Rúgbi em CR

O rugby em cadeira de rodas nasceu na década de 1970 e foi desenvolvido por atletas tetraplégicos. A estreia no quadro olímpico aconteceu em Sydney 2000. Não há divisão de gênero nas competições e tanto homens quanto mulheres disputam nas categorias de tetraplegia ou deficiência nas quais as sequelas sejam parecidas com a tetraplegia. Os jogos tem quatro períodos de oito minutos. O objetivo é passar da linha do gol com as duas rodas da cadeira e a bola nas mãos. Ao todo são quatro atletas em cada time e oito reservas. O Brasil estreou na modalidade na Rio 2016. O rugby tem sete classes (0.5, 1.0, 1.5, 2.0, 2.5, 3.0 e 3.5) levando em conta que quanto maior a motricidade, maior a nota.

7. Atletismo

Nas Paraolimpíadas, o atletismo é praticado por atletas com deficiência física ou visual. Há provas de corrida, saltos, lançamentos e arremessos, tanto no feminino quanto no masculino. Os competidores são divididos em grupos de acordo com o grau de deficiência constatado pela classificação funcional. Nas corridas, os atletas com deficiência visual mais alta podem ser acompanhados por guias, ligados a eles por uma corda. Já entre os deficientes físicos, há corridas com o uso de próteses ou em cadeiras de rodas. Ao todo, o esporte reserva 15 provas, sendo elas: 100 m, 200 m, 400, revezamento 4×400 m, revezamento 4×100 m, 800 m, 1.500 m, 5.000 m, Salto em distância, Salto em altura, Salto Triplo, Maratona, Lançamento de disco e club, Lançamento de dardo, Arremesso de peso.

15 provas de atletismo estarão presentes nos Jogos Paralímpicos de Tóquio

Quinze provas de atletismo estarão presentes nos Jogos Paralímpicos de Tóquio

8. Basquete em CR

Assim como o atletismo, o basquete em cadeira de rodas é disputado desde o começo das Paralimpíadas, em 1960. O jogador deve quicar, arremessar ou passar a bola a cada dois toques dados na cadeira. As dimensões da quadra e a altura da cesta seguem o padrão do basquete olímpico. Além disso, as partidas também são disputadas com cinco atletas de cada lado, em quatro quartos de 10 minutos cada um. Apesar da popularidade no país, o Brasil ainda não conquistou medalhas na modalidade, tendo as melhores posições da Rio-2016, com o quinto lugar, no masculino, e o sétimo, no feminino.

9. Canoagem

A canoagem paralímpica surgiu apenas em 2009, entrando no programa dos Jogos somente em 2016. Podem competir no esporte atletas com deficiência físico-motora. Na classificação funcional, os atletas são divididos em grupos de acordo com o grau de movimentação dos membros inferiores, superiores e do tronco. As classes KL são para atletas que competem utilizando o caiaque, enquanto VL é a classe destinada aos que usam a embarcação Va’a.

10. Ciclismo

No ciclismo paralímpico, as provas podem ser de pista (velódromo) ou de estrada, sendo que os atletas participam com quatro tipos de bike, de acordo com a deficiência: convencional (para atletas amputados e com outras deficiências físico-motoras), triciclo (para esportistas com paraplegia e tetraplegia), tandem (para os ciclistas com paralisia cerebral) e handbike (para os atletas com deficiência visual). Seguindo as regras da União Internacional de Ciclismo (UCI), a modalidade tem apenas algumas diferenças para adequar-se ao programa paralímpico.

O ciclismo está presente nos Jogos Paralímpicos

O ciclismo é um dos atrativos das Paralimpíadas

11. Tênis de mesa

O tênis de mesa para cadeirantes entrou no programa paralímpico em 1960. A primeira vez dos jogadores em pé foi na edição de Toronto 1976, mesmo ano em que o Brasil estreou na modalidade. Além de atletas de cadeira de rodas, também jogam pessoas com paralisia cerebral e amputados. Os duelos acontecem de forma individual, em duplas e por equipes, nas categorias masculino e feminino. O tênis de mesa tem 11 classes: de 1 a 5 para cadeirantes, de 6 a 10 para andantes e a 11ª é específica para andantes deficientes intelectuais. O Brasil tem cinco medalhas na história.

12. Tênis em CR

O tênis para atletas em cadeira de rodas é muito parecido com o praticado nas Olimpíadas. A grande diferença nas regras é a presença dos “dois quiques”, que permite que a bola toque no chão duas vezes antes de o atleta rebater. Na modalidade convencional, é permitido apenas um toque. As provas são disputadas em simples e duplas, nas classes aberta (atletas diagnosticados com deficiência nos membros inferiores) e quad (atletas com deficiência em três ou mais extremidades do corpo), categorias feminino e masculino.

13. Tiro com Arco

O tiro com arco paralímpico pode ser disputado por atletas com amputações, paraplegia e tetraplegia, paralisia cerebral, doenças disfuncionais e progressivas (atrofia muscular e esclerose), disfunções nas articulações, problemas na coluna e múltiplas deficiências. As provas são disputadas individualmente ou por equipes, com três arqueiros em cada time, nas categorias feminino e masculino. O objetivo e as regras são as mesmas das Olimpíadas: é necessário acertas as flechas o mais próximo do centro do alvo, que fica posicionado a uma distância de 70 metros.

14. Tiro Esportivo

O tiro esportivo entrou no quadro paralímpico em Toronto 1976, apenas para homens. Quatro anos depois, as mulheres também puderam competir em Arnhem, na Holanda. As provas disputadas são: carabina e pistola de ar 10 metros, pistola de perfuração 25 metros, carabinas de perfuração e pistolas 50 metros. Atletas com deficiência física (membros superiores ou inferiores) competem nas posições em pé, deitada ou ajoelhada. O Brasil nunca subiu ao pódio na modalidade, apesar de participar de quatro edições.

15. Triatlo

O triatlo paralímpico é recente, fez sua estreia na Rio 2016. A modalidade comporta homens e mulheres que se combinam três esportes em uma única prova: 750 metros de natação, 20 km de ciclismo e 5 km de corrida. As provas podem ser disputadas por atletas em cadeiras de rodas, amputados ou cegos. São seis classes diferentes: na PTWC estão os cadeirantes; nas PTS2, PTS3, PTS4 e PTS5, os atletas com deficiência físico-motoras e paralisia cerebral andantes; já a classe PTVI é para triatletas cegos.

16. Vôlei sentado

Um dos esportes que mais fez sucesso nas Olimpíadas, deve repetir o fascínio com a torcida nas Paralimpíadas. O vôlei sentado é uma modalidade que tem as categorias feminino e masculino. Podem competir qualquer pessoa com deficiência física ou relacionada à locomoção. Cada equipe tem seis jogadores. A quadra tem dimensões menores do que a olímpica (10m de comprimento por 6m de largura) e a rede também tem uma altura diferente (1,15m no masculino e 1,05m no feminino). Os sets são de 25 pontos, e o tie-break, de 15. A única medalha do Brasil no vôlei sentado foi conquistada no Rio de Janeiro, pela seleção feminina, que terminou com o bronze.

17. Esgrima em CR

O esgrima em cadeira de rodas é um dos esportes mais tradicionais das Paralimpíadas, presente desde a primeira edição, em 1960. Praticado por pessoas com amputações, lesão medular ou paralisia cerebral, o esporte segue com as três categorias do olímpico, sendo disputado no florete, espada e sabre. Nas provas de florete, pontua quem tocar a ponta da lâmina no tronco do rival. Na espada, faz o ponto quem toca a ponta da arma em qualquer parte acima da cintura do rival. No sabre, qualquer toque com qualquer parte da lâmina acima do quadril do adversário vale ponto. Os atletas são avaliados, principalmente, de acordo com a mobilidade do tronco. Eles podem ser classificados em três categorias: A, B e C, sendo a C a mais severa e, a A, a menos comprometida. Em Londres 2012, o gaúcho Jovane Guissone conquistou o primeiro ouro do Brasil em Jogos Paralímpicos.

Esgrima em CR é um dos esportes mais antigos das Paralimpíadas

Esgrima em CR é um dos esportes mais antigos das Paralimpíadas

18. Futebol de 5

No programa paralímpico desde Atenas-2004, o futebol de 5 é dominado pela seleção brasileira, que ganhou as quatro edições. Exclusivo para cegos ou deficientes visuais, o esporte é praticado em uma quadra do tamanho de uma de futsal, mas em campos de grama sintética. Junto às linhas laterais, são colocadas bandas que impedem que a bola saia do campo. Cada time é formado por cinco jogadores – um goleiro e quatro na linha, sendo que apenas o arqueiro tem visão total. Vale lembrar que o jogo tem dois tempos de 25 minutos e intervalo de 10. Além disso, a bola possui guizos internos para que os futebolistas, vendados, consigam localizá-la.

19. Futebol de 7

Praticado por atletas com paralisia cerebral, decorrente de sequelas de traumatismo crânio-encefálico ou de acidentes vasculares cerebrais, o futebol de 7 em um campo com, no máximo 75m x 55m, com balizas de 5m x 2m. A partida dura 60 minutos, divididos em dois tempos de 30, com um intervalo de 10. Não existe regra para impedimento e a cobrança lateral pode ser feita com apenas uma das mãos, rolando a bola no chão.

20. Goalball

Desenvolvido especialmente para deficientes visuais, o goalball é o único esporte exclusivo dos Jogos Paralímpicos, Praticada em uma quadra com as mesmas dimensões da quadra de vôlei (9 m de largura e 18 m de comprimento), uma partida de goalball acontece entre duas equipes, com três atletas cada uma, que têm como objetivo fazer gols (existem duas balizas de cada lado). Durante o jogo, os atletas têm a função de atirar e defender. A bola, que é parecida com a de basquete e possui guizos em seu interior, é arremessada e deve tocar em determinadas áreas da quadra para que o lance seja considerado válido. Com dois tempos de 12 minutos, vence o time que fizer mais gols. No entanto, o duelo é encerrado caso uma equipe alcance a diferença de dez gols no placar. Essa situação é chamada de game. Vale lembrar que os deficientes visuais de diferentes classes (B1, B2 e B3) disputam o campeonato juntos, já que todos os esportistas são vendados para ficarem em igualdade de condições.

Único esporte exclusivo das Paralimpíadas, goalball tem Brasil como potência

Único esporte exclusivo das Paralimpíadas, goalball tem Brasil como potência

21. Halterofilismo

No halterofilismo, participam homens e mulheres que possuem deficiência nos membros inferiores (com amputação de membros e/ou com lesão medular) e/ou com paralisia cerebral. Durante a disputa, três árbitros avaliam as tentativas de levantamento de peso. A bandeira branca significa que o movimento foi válido e, a vermelha, inválido. O atleta precisa ter, pelo menos, duas bandeiras brancas para que os kgs alçados sejam considerados. Assim como na versão olímpica, os atletas competem em Classe Única, divididos por categorias de peso corporal.

22. Hipismo

Diferente da versão olímpica, a única disciplina do hipismo no programa paralímpico é o adestramento paraequestre, com as seguintes provas: individual, estilo livre individual e por equipes. No esporte, os cavaleiros são classificados de acordo com a sua deficiência e julgados pela sua capacidade ou habilidade equestre. O grau de deficiência varia de IA, mais severa, ao IV, menos severa. As melhores atuações brasileiras aconteceram com Marcos Fernandes Alves, o Joca, em Pequim-2008, e Sérgio Oliva, na Rio-2016. Ambos conseguiram duas medalhas de bronze.

23. Bocha

Praticada por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas, a bocha paralímpica só apareceu no Brasil na década de 1970. A competição consiste em lançar as bolas coloridas o mais perto possível de uma branca (jack ou bolim). Os atletas ficam sentados em cadeiras de rodas e limitados a um espaço demarcado para fazer os arremessos. É permitido usar as mãos, os pés e instrumentos de auxílio, e contar com ajudantes (calheiros), no caso dos atletas com maior comprometimento dos membros.

Evelyn é esperança de medalha para o Brasil na bocha paralímpica

Evelyn é esperança de medalha para o Brasil na bocha paralímpica

 

 

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