A “Tragédia de Heysel” faz 30 anos; entenda o que foi o incidente

Placa em memória dos 20 anos da Tragédia de Heysel. Nesta quinta

No Brasil, muitos torcedores podem saber apenas vagamente do que se trata a “Tragédia de Heysel”. No entanto, os europeus, em especial ingleses e italianos, conhecem, e até sentem, bem o que representa o dia 29 de maio de 1985.

Há exatos 30 anos, Liverpool e Juventus disputaram a final do torneio que hoje se chama Liga dos Campeões da Europa. A sede da final foi o Estádio de Heysel, em Bruxelas, capital da Bélgica. As autoridades já sabiam que, além do duelo em campo, eram prováveis os confrontos entre torcedores das duas equipes, especialmente por conta dos hooligans ingleses.

Entretanto, a polícia não esperava que a confusão chegasse ao seu ponto mais quente antes mesmo de a bola rolar. Violentos torcedores do Liverpool tentavam invadir o setor ao lado onde estavam a torcida da Juve e outras neutras. Em certo momento eles conseguiram, e aí se deu a tragédia. Ao todo, 38 pessoas foram mortas pelo ataque dos hooligans, sendo 32 deles italianos (incluindo dois menores de idade), quatro belgas, dois franceses e um irlandês do norte.

Tragédia anunciada

Em seu livro “Fever Pitch”, o escritor inglês Nick Hornby contextualizou o acontecimento. “Durante 1985, nosso futebol esteve caminhando inevitavelmente para algo assim”, escreveu ao citar diversos confrontos entre torcedores de times ingleses ocorridos naquele ano. “Heysel estava vindo, tão inevitável quanto o Natal”.

A Tragédia de Heysel não causou tantas mudanças no futebol inglês quanto o Desastre de Hillsborough, quatro anos depois, mas rendeu uma punição aos clubes do país, que foram excluídos de competições europeias pelos cinco anos seguintes. Até a rainha da Inglaterra apoiou a decisão.

O resultado em campo, infelizmente o menos importante em toda essa história, foi 1 a 0 para a Juventus, gol de pênalti de Michel Platini.