Troca de papéis? Superclássico reúne Real Madrid “sólido” e Barça “instável”

  • Por Agencia EFE
  • 22/03/2014 15h23

Barcelona terá a chance de vingar derrota na final de 2011 EFE Real Madrid e Barcelona fazem final da Copa do Rey em abril

Nos últimos anos, solidez e instabilidade foram conceitos facilmente aplicáveis a Barcelona e Real Madrid, respectivamente, tamanha a superioridade esbanjada pelo clube catalão diante do rival nos mais diversos quesitos, dentro e fora de campo.

Nesta temporada, porém, o quadro se mostra invertido, desde a escolha de Cristiano Ronaldo como dono do posto de melhor jogador do mundo, o que quebrou uma sequência de quatro anos de domínio por parte de Lionel Messi, até problemas extracampo envolvendo contratações – a bola da vez é o caso Neymar -, passando pela liderança do Campeonato Espanhol.

Fato é que, dentro e fora da Espanha, torcedores, profissionais de imprensa e corneteiros de plantão especulam uma troca de papéis e o possível fim do longo reinado do Barcelona.

Apesar do último resultado, uma goleada de 7 a 0 sobre o Osasuna no Camp Nou, o rendimento do time catalão na última parte da temporada vem decepcionando quem esperava o mesmo futebol envolvente dos tempos de comando de Josep Guardiola.

A goleada sobre o Osasuna serviu para maquiar as derrotas recentes para Valladolid e Real Sociedad. No total, das últimas quatro partidas, o Barcelona perdeu duas e, por isso, está em terceiro na tabela do Campeonato Espanhol, a quatro pontos do Real e a um do Atlético de Madrid.

Talvez esses maus resultados tenham sofrido influência de fatores fora das quatro linhas. Lionel Messi teve que se explicar à receita espanhola após ser acusado de sonegação de quatro milhões de euros. E após a denúncia de um sócio do clube de que o então presidente do Barcelona, Sandro Rosell, desviou dinheiro da contratação de Neymar e também não declarou o valor total da transação à receita, o dirigente acabou renunciando ao cargo.

Além disso, não pegou bem o anúncio de Víctor Valdés de que deixará o clube no final da temporada. Embora sua decisão tivesse sido tomada no meio do ano passado, ainda não há explicações sobre os motivos do goleiro.

E assim chega o Barça ao superclássico com o Real Madrid, em um momento em que, além de tudo, seu maior rival está em alta. Some-se o fato de os catalães estarem há dois anos sem vencer no palco do duelo de domingo (às 17h), o estádio Santiago Bernabéu. A última vez foi pelas quartas de final da Copa do Rei, quando a equipe ganhou de virada por 2 a 1, com gols de Puyol e Abidal após Cristiano Ronaldo ter aberto o placar.

Naquela ocasião, José Mourinho era o técnico do Real. Agora, a batuta está com o italiano Carlo Ancelotti, que após um período de adaptação do time à sua filosofia de jogo, conseguiu moldá-lo conforme sua proposta e melhorou sobretudo sua defesa, tornando-a confiável.

No centro de treinamentos de Valdebebas, os “merengues” estão alheios a essas polêmicas e invictos no “returno” do Espanhol. Ouvem de longe os nomes e casos relacionados que estampam capas de sites e jornais esportivos: Messi, Neymar, Rosell, Valdés e agora os rumores sobre a possível demissão do técnico Gerardo Martino.

Ancelotti só teve que lidar com o eterno debate sobre quem deve ser o goleiro titular, Iker Casillas ou Diego López, além da lesão de Sami Khedira, que acabou emplacando Luka Modric como titular. No mais, vento a favor. Até Gareth Bale, muito contestado pelo altíssimo valor de sua contratação e cujas primeiras atuações decepcionaram, não parece mais sentir o peso da camisa do Real e já posa de coprotagonista.

Tudo parece favorável aos donos da casa, que largam como favoritos. Mas um clássico, um jogo, porém, pode mudar radicalmente o cenário. Inclusive inverter rótulos, levar a crise de Barcelona para Madri e apagar as polêmicas no lado rival.

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