Tuvalu, pequena nação do Pacífico Sul, sonha se filiar à Fifa
Rocío Otoya.
Sydney, 11 jan (EFE).- Tuvalu, uma pequena nação insular do Pacífico Sul, sonha fazer parte da Fifa e participar das competições internacionais de futebol, mas sua infraestrutura é tão precária que seus jogadores treinam no aeroporto por não terem um estádio para realizarem sua atividades.
Com 26 quilômetros quadrados de território, o país de 10,7 mil habitantes, ameaçado pelo aumento do nível dos oceanos devido à mudança climática, quer ter a oportunidade de disputar as Eliminatórias para a Copa do Mundo com os membros da Confederação de Futebol da Oceania (OFC).
Por enquanto, Tuvalu é, assim como Niue e Kiribati, membro da OFC – que também integra Samoa Americana, Samoa, Ilhas Cook, Fiji, Nova Caledônia, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão, Taiti, Tonga e Vanuatu – mas não da Fifa.
O secretário-geral da confederação, Tai Nicholas, disse que os planos tuvaluanos foram freados porque o país de três ilhas e seis atóis “é tão pequeno que não tem o espaço necessário para um estádio”. Além disso, faltam hotéis e a infraestrutura para receber equipes visitantes.
Tão precária é a situação que os atletas treinam no aeroporto e precisam deixar o campo quando uma avião aterrissa, disse Nicholas recentemente à emissora australiana “ABC”.
Apesar disso, a OFC disse que, além de buscar financiamento para a construção de um estádio, continuará apoiando o país em seu esforço para se integrar na Fifa que as autoridades locais iniciaram em 2008.
O ex-primeiro-ministro Apisai Ielemia e o ex-presidente da Associação Nacional de Futebol de Tuvalu Tapugao Falefou iniciaram os contatos em uma visita à sede da Fifa, em Zurique. Contudo, de acordo com o secretário-geral da OFC, Tuvalu ainda não apresentou uma solicitação formal de entrada.
O empenho de Tuvalu para ter espaço no futebol internacional chegou até a Holanda, onde um grupo de torcedores iniciou uma campanha solidária à causa. A denominada Fundação Holandesa de Apoio a Tuvalu, liderada por Paul Driessen, lembrou à confederação da Oceania que o fato de não ter infraestrutura de primeira classe não deveria ser um impedimento para ser integrante da Fifa.
“Houve muitos membros da Fifa que nunca disputaram uma partida em casa em sua história”, disse Driessen à “ABC”, em entrevista na qual sugeriu que Tuvalu poderia utilizar Fiji como sede de suas partidas como mandante, uma ideia que conta com o apoio do país vizinho.
A seleção de Tuvalu, dirigida atualmente pelo holandês Leem Looijen, ex-técnico da seleção das Antilhas Holandesas, participou de uma partida oficial pela primeira vez em 1979, contra o Taiti, nos Jogos do Pacífico.
Foi uma estreia desastrosa, na qual a seleção tuvaluana foi goleada por 18 a 0. A reabilitação, no entanto, veio três dias depois, com a primeira vitória, sobre Tonga, pelo placar de 5 a 3.
A lembrança é do site da Associação de Futebol Nacional de Tuvalu, que destaca a melhor atuação da equipe nos Jogos do Pacífico de 2011, quando terminou em quarto lugar em sua chave. Nessa competição, o país obteve a maior vitória de sua história, uma goleada por 4 a 0 sobre a Samoa Americana.
Apesar de não ser membro da Fifa, Tuvalu pôde participar das Eliminatórias para a Copa de 2010, tornando-se o primeiro país não filiado a realizar o feito. Isso foi possível porque a OFC determinou que os Jogos do Pacífico Sul de 2007 serviriam como primeira fase classificatória para o Mundial.
Vilamu Sekifu anotou o primeiro gol tuvaluano em um jogo classificatório para a Copa e ajudou a equipe a empatar com o Taiti em 1 a 1. Porém, o sonho da classificação caíram por terra após as derrotas para Ilhas Cook (4 a 1) e Nova Caledônia (1 a 0), além da humilhante goleada por 16 a 0 sofrida diante de Fiji. EFE
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