Uefa critica investigação da Fifa sobre sedes dos Mundiais de 2018 e 2022

  • Por Agencia EFE
  • 09/02/2015 12h29

Madri, 9 fev (EFE).- A Uefa fez duras críticas nesta segunda-feira às investigações promovidas pela Fifa sobre o processo de escolha das sedes dos Mundiais 2018 e 2022, após as informações de correções feitas pelo presidente da Comissão Independente de Governabilidade, Mark Pieth, ao relatório inicial por indicação de diretores da própria entidade.

“As últimas revelações relativas ao relatório de Pieth mostram que a comissão foi qualquer coisa menos independente” destacou o porta-voz da Uefa, Pedro Pinto, depois de matéria publicada pela revista alemã “Der Spiegel” no final de semana.

De acordo com a revista, o diretor de Assuntos Legais da Fifa, Marco Villiger, criticou o relatório inicial feito por Pieth, especialmente os itens relativos à escolha do Catar e da Rússia como sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2012.

Depois de revisar o documento elaborado em fevereiro de 2014, Villiger devolveu a Pieth o relatório inicial com 37 comentários por entender que havia “erros e termos inadequados”.

“A Uefa sempre se perguntou por que era criticada por Pieth e acusada erroneamente de bloquear as reformas da Fifa. Agora entendemos de onde procede tudo isso”, acrescentou o porta-voz da Uefa.

O diretor de Assuntos Legais também propôs alterações em trechos relacionados ao caso ISL, de pagamento de propinas a dirigentes da Fifa entre 1992 e 2002, incluindo o ex-presidente João Havelange e o ex-presidente da CBF, então membro do comitê executivo da órgão, Ricardo Teixeira, e o paraguaio Nicolás Leoz.

“Todas as referências ao caso ISL são desnecessárias. Não entendemos o que se pode ganhar por acrescentar isso ao relatório, especialmente em tal escala épica”, escreveu Villiger em suas anotações, nas quais questionou que Pieth considerasse a possibilidade de prevenir “outra desgraça como ISL”.

No documento final, publicado em 22 de abril de 2014, foram citados apenas “casos similares”.

Sobre a concessão dos Mundiais da Rússia 2018 e Catar 2022, processo também investigado e encerrado pela Fifa, Villiger tentou amenizar as considerações de Pieth.

“Parecem mais um artigo de jornal criticando a Fifa (…) do que um relatório científico”, afirmou em suas anotações, de acordo com a “Der Spigel”.

Em novembro de 2014, a Comissão de Ética da Fifa concluiu as investigações sobre as escolhas sem avaliar as denúncias de irregularidades, decisão que levou o presidente do órgão de instrução da entidade, Michael J. García, a pedir a renúncia do cargo.

A “Der Spiegel” revelou também que Pieth, em seu relatório inicial, afirmava que o “êxito das reformas da Fifa dependem de uma mudança de cultura em todos os níveis da organização, começando do topo”, algo também questionado pelo responsável de Assuntos Legais.

“Quer dizer que a Fifa precisa de um novo líder? A Fifa é presidida por um homem a quem o senhor reconhece como uma figura-chave nas reformas”, respondeu Villiger, conforme a “Der Spiegel”.

A Fifa realizará eleições presidenciais em maio. O presidente Joseph Blatter, que ocupa o cargo desde 1998, tentará o quinto mandato.

Ele terá como concorrentes o ex-jogador português Luis Figo, o presidente da Federação Holandesa de Futebol, Michal van Praag, e o príncipe jordaniano Ali bin al Hussein, atual vice-presidente da entidade. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.