Vadão admite “frustração muito grande” na Rio-2016 e vai voltar ao futebol masculino
Foram dois anos e meio à frente da Seleção Brasileira, com um ouro pan-americano, uma eliminação nas oitavas de final da Copa do Mundo e a quarta colocação nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Mas a experiência de Oswaldo Alvarez no futebol feminino acabou. O treinador, que deixou o comando técnico da Seleção na última terça-feira, vai voltar a trabalhar no futebol masculino.
Foi o próprio Vadão que confirmou a informação em entrevista exclusiva a Daniel Lian, que vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan. “Agora que eu sai do futebol feminino, vou reativar os contatos do futebol masculino para poder trabalhar como técnico… Vou voltar ao futebol masculino”, contou o treinador, que já foi campeão da Série C com o XV de Piracicaba e comandou o histórico Mogi Mirim de Rivaldo e Válber, conhecido como Carrossel Caipira, nos anos 1990.
O último torneio oficial disputado por Vadão foi a Olimpíada do Rio de Janeiro. O técnico viu a Seleção Brasileira feminina encantar o País na primeira fase, mas ser eliminada na semifinal, pela Suécia, nos pênaltis. A derrota ainda tira o sono do ex-comandante brasileiro.
“Foi uma frustração muito grande. Todos estavam muito mobilizados para ganhar a medalha de ouro… A forma como perdemos foi muito frustrante, porque dominamos a partida contra a Suécia. Tivemos 72% de posse de bola e finalizamos 30 vezes ao gol. A gente teve o jogo na mão e deixou escapar“, lamentou Vadão, que não conseguiu sequer subir ao pódio dentro de casa. “No jogo do bronze, contra o Canadá, a gente não teve força psicológica para reverter o quadro“, explicou.
Mas a participação na Rio-2016 não foi de toda ruim a Oswaldo Alvarez. Nesta semana, ele foi indicado pela Fifa ao prêmio de melhor técnico do mundo no futebol feminino. Vadão está entre os dez finalistas à premiação – algo que lhe surpreendeu. “Me pegou de surpresa, lógico, porque a gente fez um trabalho bom, mas não ganhou medalha…“, disse.
“Foi um reconhecimento muito legal dessas pessoas. Elas mostraram que não analisam só o resultado. Foi uma surpresa muito agradável, até porque eu trabalhei apenas dois anos e meio no futebol feminino. Só de ter sido indicado entre os dez melhores, já está muito bom para mim“, acrescentou.
Vadão deixou a Seleção na última terça-feira. O treinador foi substituído por Emily Lima, primeira mulher a treinar o Brasil na história. A decisão da CBF não chateou o técnico. “Eu já sabia desde a semana passada. O meu compromisso com a CBF era até a Olimpíada. O meu ciclo se restringia a Mundial, Pan-Americano e Olimpíada“, justificou.
“Quando terminou a Olimpíada, o presidente Marco Polo conversou comigo e com o Marco Aurélio Cunha e pediu para que esperássemos até ele tomar uma decisão. Ele escolheu pela minha saída, mas está tudo certo. Tive tempo para trabalhar, foi tudo muito bom… Não tenho nada para reclamar da CBF. Infelizmente, não ganhei a medalha, mas saio muito satisfeito com o meu trabalho“, encerrou.
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