Vadão defende CBF de críticas: “não vejo futuro da Seleção feminina ameaçado”

  • Por Jovem Pan
  • 31/08/2016 17h41
Rafael Ribeiro/CBF Vadão lamentou o péssimo momento dos pequenos clubes do interior do país

A Seleção feminina permanente vai ser extinta pela CBF?

Por dias, esta simples pergunta atordoou a mente daqueles que se encantaram com o desempenho das meninas do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Porém, em entrevista exclusiva ao repórter Felipe Altarugio que vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan, o técnico Vadão tratou de acalmar os ânimos dos fãs do futebol feminino. Segundo ele, o apoio da CBF à modalidade não vai acabar. 

Treinador da Seleção feminina, Vadão deixou claro que a entidade vai apenas repensar o formato da equipe permanente – e não necessariamente extingui-la. Por isso, não hesitou em defender a confederação que tanto foi críticada pelo suposto fim do projeto. “Eu não vejo o futuro da Seleção feminina ameaçado. Na verdade, apessoas estão confundindo um pouco o apoio da CBF ao futebol feminino com a Seleção permanente” começou Vadão.

O modelo da Seleção feminina permanente foi criado em janeiro de 2015, visando a três importantes competições disputadas pelo time verde e amarelo desde então: a Copa do Mundo, os Jogos Pan-Americanos e os Jogos Olímpicos. Como muitas jogadoras ficariam sem treinar e jogar devido à falta de clubes, a comissão técnica e a CBF decidiram criar a Seleção permanente para deixar as atletas entrosadas e bem preparadas fisicamente antes dos torneios. 

Nós entendíamos que, para desempenhar bem nesses três campeonatos, o time precisaria treinar mais tempo junto. Não adiantava ser como a Seleção masculina, que se reúne nas datas Fifa, treina por dez dias e, aí, vai competirPara chegar à Rio-2016 em alto nível, teríamos de trabalhar muito mais do que estávamos trabalhando. Foi isso o que fizemos”, explicou Vadão.

O projeto deu certo: levou muitas jogadoras a clubes do exterior e ainda dividiu outras atletas entre equipes do Campeonato Brasileiro. A medalha olímpica não foi conquistada, é verdade, mas a o time de Marta fez bonito no maior evento esportivo do mundo, terminando na quarta posição e enchendo estádios.  

Mesmo assim, o modelo da Seleção feminina permanente vai ser repensado. Isso porque a próxima grande competição que o time verde e amarelo vai disputar acontecerá somente em 2018 – o que inviabilizaria a continuidade do projeto com os atuais moldes. Tudo indica que o novo formato será voltado à base, mais precisamente ao desenvolvimento das Seleções Sub-17 e Sub-20 – que vão disputar duas edições de Mundial (2016 e 2018) até que a equipe principal volte a jogar um torneio importante (a Copa América de 2018). 

“O modelo da Seleção feminina permanente vai ser repensado. Isso não quer dizer que o apoio da CBF ao futebol feminino vai acabar”, garantiu Vadão. “O grande problema do futebol feminino não está na Seleção, e sim no desenvolvimento da modalidade. Não envolve somente a CBF. Envolve clubes, governo, Ministério do Esporte… É plano de governoA CBF me deu todas as condições para desempenhar bem. Prova disso foi a criação da Seleção permanente há um ano e meio“, acrescentou. 

Depois dessa Olimpíada, pela maneira como o futebol das meninas cativou o torcedor, a modalidade vai começar a ser vista de maneira diferente. A Seleção feminina apresentou um futebol convincente, e isso atrai as pessoas. Aconteceu uma série de coisas positivas para motivar País a desenvolver a modalidade como ela deve ser desenvolvida. Vamos torcer por isto”, encerrou o treinador, otimista como sempre.

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