Villar desiste de eleição e presidência da Uefa ficará com Ceferin ou Van Praag

  • Por Estadão Conteúdo
  • 06/09/2016 18h10
EFE Ángel María Villar promete Uefa democrática e transparente

De maneira surpreendente, Ángel María Villar anunciou nesta terça-feira, por meio de um comunicado, que desistiu da eleição presidencial da Uefa, marcada para acontecer no próximo dia 14, em Atenas, onde será definido o sucessor de Michel Platini, suspenso de qualquer atividade ligada ao futebol após envolvimento em um caso de corrupção no qual foi acusado de violar o Código de Ética da Fifa.

Com a desistência do dirigente espanhol, apenas dois candidatos irão disputar pelo cargo: o esloveno Aleksander Ceferin, que hoje preside a entidade que comanda o futebol da Eslovênia, e o holandês Michael van Praag, que ocupa o mesmo posto à frente do futebol da Holanda.

Presidente da Real Federação Espanhola de Futebol e com cargos também na Fifa e na própria Uefa, Villar afirmou que, “apesar dos numerosos apoios que tem recebido” durante a sua campanha, optou por retirar a sua candidatura depois de fazer uma “profunda reflexão”.

O dirigente justificou a sua decisão alegando que vinha tendo a sua permanência à frente da RFEF defendida por dirigentes do futebol do seu país. “São abundantes as vozes dos representantes do futebol espanhol que me fizeram sentir isso e que têm solicitado que continue trabalhando para o futebol do meu país apresentando nos próximos meses novamente a minha candidatura à presidente da RFEF, a qual dediquei a maior parte da minha vida como um gerente”, ressaltou Villar.

Antes considerado um nome forte para assumir a presidência do cargo máximo do futebol europeu, pois é um dos vice-presidentes da Fifa e faz parte do Comitê Executivo da própria Uefa, o dirigente espanhol aproveitou o comunicado desta terça-feira também para desejar sorte aos dois candidatos que restaram na eleição, assim como agradeceu a todos que o apoiaram em sua candidatura. E, embora tenha saído deste pleito, enfatizou que “reafirma o compromisso de seguir trabalhando para o futebol europeu e mundial” como membro das duas principais entidades deste esporte.

O vencedor desta eleição da Uefa irá completar o terceiro quadriênio do mandato que Platini teria a cumprir e será encerrado no início de 2019. Ex-presidente da Uefa e ídolo histórico da seleção francesa, Platini teve, em maio passado, uma suspensão de seis anos apenas diminuída para quatro após apelar à Corte Arbitral do Esporte contra punição aplicada pela Fifa.

Ele acabou sendo punido por conflito de interesses em um caso que teve envolvimento do ex-presidente da Fifa Joseph Blatter, suspenso por seis anos do futebol após ser condenado por sua participação no episódio e que ainda espera o resultado de sua apelação na CAS.

O suíço de 80 anos de idade é suspeito de ter pago indevidamente US$ 2 milhões a Platini em 2011. Eles foram suspensos por oito anos, mas a pena foi diminuída para seis após julgamento realizado no começo do ano. Blatter, ainda assim, recorreu à CAS, em apelação que começou a ser analisada no mês passado.

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