Vizinhos do CT do Atlético-PR esperam por melhorias com chegada da Espanha
Lucas Laranjeira.
Curitiba, 4 jun (EFE).- A expectativa pela passagem da seleção espanhola parece ainda não ter contagiado os vizinhos do Centro de Treinamento do Clube Atlético Paranaense, o CT do Caju, que será a partir do próximo domingo o quartel general da atual campeão mundial no período preparatório para a Copa do Mundo, em Curitiba.
“Minha maior expectativa com a vinda da seleção espanhola é que coloquem calçada na nossa rua. É muito ruim andar por aqui”, afirmou a dona de casa Iraide dos Santos de Barros, que reclama da quantidade de atropelamentos que já aconteceram perto do CT, fato que segundo ela se justifica pelo mau estado da via.
O CT fica no bairro Umbará, extremo sul de Curitiba, que faz divisa com a região metropolitana da cidade. A pavimentação é um dos problemas do bairro, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).
A região em que o bairro está situado é a que tem menor extensão de vias pavimentadas com asfalto em toda a cidade, com apenas 13%, enquanto 72% delas são compostas por anti-pó.
A partir do próximo domingo, a seleção espanhola ficará instalada no CT do Caju, local que contrasta com o bairro Umbará. De um lado, a casa do Atlético-PR tem oito campos de futebol, dois restaurantes de cozinha internacional, dois hotéis que comportam 180 pessoas, piscinas térmicas, quadra de tênis, entre outros atrativos.
De outro, o bairro é simples, com falhas na infraestrutura, como a rede de esgoto, que atende a apenas 49% dos domicílios, um dos cinco piores resultados registrados em toda a cidade. A área é afastada do centro de Curitiba, uma distância aproximada de 18 quilômetros, e faz parte de região menos populosa da capital paranaense, com uma população de 20 mil habitantes.
Devido a esse distanciamento, provavelmente os espanhóis terão tranquilidade quanto à presença de fãs e curiosos, que deverá ser baixa. Ao redor do CT há muitas residências, pouco comércio e prestadores de serviços, muitos trabalham no conserto de carros e caminhões, como retíficas de motor, por exemplo.
A calçada também é alvo de reclamações de outra vizinha do CT, a comerciante Zelinda Siqueira de Almeida. “Quando chove, fica um lamaçal aqui na nossa rua. A prefeitura não fez nada aqui”, contou a proprietária de um armazém, que espera também por melhorias na segurança na região com a presença dos campeões do mundo.
Zelinda diz ainda que não vê empolgação alguma no pessoal do bairro com a vinda dos espanhóis. No entanto, ela acredita que haverá um aumento das vendas em breve, como aconteceu em 2010, quando a seleção brasileira se preparou para a Copa da África do Sul no CT do Caju.
“Quando o Brasil ficou aqui fecharam a rua para cortar o movimento, que é forte pela manhã e no fim de tarde. Tivemos uma vinda de fregueses acima do normal, por isso acredito que teremos que aumentar o estoque”, comentou.
De acordo com informações da prefeitura e do governo do estado, a princípio, a rua não será fechada durante a presença da equipe do técnico Vicente del Bosque.
Ainda segundo Zelinda, o idioma não será um problema caso tenha que falar com os fregueses em espanhol. Quanto ao inglês, a filha dela entende um pouco da língua e poderá ajudar.
Essa será uma dificuldade de muitos estrangeiros em Curitiba, pois, na maioria, os comércios não têm pessoas preparadas para o atendimento em outra língua que não seja o português.
Sobre o melhoramento da calçada para recepcionar os campeões do mundo, a assessoria de imprensa da prefeitura disse que não há reformas na região programadas. EFE
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