Wada ameniza suspensão à Rússia e libera testes antidoping sob supervisão

  • Por Estadão Conteúdo
  • 27/06/2017 12h07
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EFE Rússia é banida de Jogos Paralímpicos por escândalo de doping

Após um ano e sete meses de suspensão, a Agência Mundial Antidoping (Wada) decidiu amenizar a punição aplicada à Agência Antidoping da Rússia (Rusada). Em comunicado anunciado nesta terça-feira, a entidade mundial liberou parcialmente a retomada de testes pela agência russa, sob a supervisão de especialistas internacionais e da agência britânica. 

A Rusada estava suspensa desde novembro de 2015 por conta das seguidas denúncias de irregularidades nos testes antidoping realizadas no país. O escândalo teve início com suspeitas no atletismo, que até tirou esta modalidade russa da Olimpíada do Rio de Janeiro, e culminou em revelações de que amostras positivas eram substituídas por negativas durante a disputa dos Jogos de Inverno de Sochi, em 2014.

Pelas investigações de um painel independente, sob supervisão da Wada, havia um forte esquema de corrupção na política antidoping da Rússia, que envolvia atletas, treinadores, dirigentes esportivos e até autoridades do estado. O país correu risco de ser cortado da Olimpíada do ano passado. 

Após as denúncias, as entidades internacionais esportivas passaram a pressionar o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Wada, que cobrou mudanças profundas nos testes antidoping da Rússia. A lista de exigências começou a ser cumprida nos últimos meses. Em maio, a Agência Mundial definiu quatro pontos que ainda não haviam sido alcançados.

Um deles era o veto à indicação de Yelena Isinbayeva à presidência da Rusada. A ex-atleta do salto com vara causou polêmica ao criticar publicamente as punições sofridas pelo esporte russo e até duvidou da lisura das investigações. Oficialmente, a Wada exigiu que o presidente da Rusada fosse definido por um comitê independente. 

A entidade alegara que haveria conflito de interesses neste caso porque Isinbayeva também integra o Comitê Olímpico da Rússia. Este ponto foi superado nesta terça-feira, quando a Rusada trocou a supercampeã do salto com vara por Alexander Ivlev, executivo da área de contabilidade. 

Entre os outros pontos, o mais importante foi a liberação dos dados de passaporte biológico de todos os atletas russos para as entidades internacionais. Além disso, a Rusada permitiu acesso a outras informações antidoping do país. Estes pontos vinham sendo avaliados por um comitê independente de compliance da Wada. 

“Retomar os testes representa um importante passo rumo à reconstrução do sistema antidoping na Rússia”, afirmou o presidente da Wada, Craig Reedie. “Nós encorajamos fortemente a Rússia a continuar com seus esforços para manter seus atletas limpos.”

Em seu comunicado, a Wada não revelou detalhes sobre a liberação parcial dos testes na Rússia. Não há informações, por exemplo, sobre a permissão à Rusada de reter amostras de atletas antes de enviá-las aos seus supervisores internacionais. E nem sobre o status do laboratório russo que tinha a permissão de realizar os testes, mas que foi descredenciado diante das denúncias, no fim de 2015.

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