Werdum fala sobre cirurgia de Velasquez: “se soubesse, teria lutado antes”

  • Por Jovem Pan
  • 17/01/2014 17h30

O brasileiro Fabrício Werdum se prepara para enfrentar o norte-americano Travis Browne

Instagram/Reprodução Fabrício Werdum em treino

Dono de um cartel de 17 vitórias e cinco derrotas, Fabrício Werdum está se preparando para uma luta importantíssima contra o norte-americano Travis Browne, que está marcada para o dia 19 de abril e vai servir para definir o oponente de Cain Velasquez na briga pelo cinturão dos pesos pesados do Ultimate Fighting Championship (UFC).

E mesmo depois de um bom tempo sem lutar, já que seu último combate foi no dia 8 de junho de 2013, quando ele derrotou o Minotauro, Werdum não acredita que vai sofrer muito com a falta de lutas nesse período. Apesar disso, o gaúcho natural de Porto Alegre admitiu, em entrevista à Jovem Pan, que ficar muito tempo sem participar de uma luta atrapalha um pouco.

“Claro que existe (ritmo de luta). Eu só fiquei um tempo parado pelo fato de eu estar esperando pelo Cain Velasquez. Mas veio de surpresa a notícia de que ele fez essa cirurgia no ombro. Se eu soubesse, eu teria lutado antes”, disse Fabrício Werdum, falando sobre a operação pela qual o atual campeão passou recentemente. “Eu treino todos os dias. Eu não sou aquele lutador que só treina quando tem luta. Com certeza vou fazer uma grande luta neste dia 19 e vou mostrar que estou pronto para lutar pelo cinturão”, prosseguiu.

Fabrício também projetou a luta contra Travis Browne. Para o brasileiro, o lutador havaiano, que tem apenas uma derrota em sua carreira e 16 vitórias, é de muita qualidade e perigoso.

“É um lutador muito bom, um striker. Um especialista na parte em pé. Em uma luta, tem a parte de jiu-jitsu e a parte de pé. Eu estou bem preparado porque eu treino com o melhor técnico do mundo, que é o Rafael Cordeiro. Ele (Browne) é um pouco mais alto do que eu: tenho 1,93m e ele tem dois metros. O peso é quase o mesmo: 113kg. Vou fazer uma luta inteligente. Ele não está acostumado com lutas longas e o combate pode ser de cinco rounds, se for a principal (do evento), ou de três rounds, se não for”, declarou.

Werdum ainda ressaltou que sua equipe já está analisando o Browne minuciosamente para traçar a estratégia que será utilizada no dia 19 de abril: “A gente olha muito o Travis Browne. O que ele faz de bom e de ruim, o que ele evita, se ele caminha bem para a frente, se ele sabe levar golpe. Tem muita coisa que a gente já está analisando. Ele vai evitar a luta de chão. Vou evitar o desespero. Estou confiante em minha luta em pé. Minha especialidade é o jiu-jitsu, mas tenho condições de nocauteá-lo também”.

Apesar de ter que derrotar Travis Browne para poder lutar pelo cinturão, não há como Fabrício Werdum se esquecer de Cain Velasquez. E o gaúcho diz saber o caminho para superar o atual campeão.

“Para ganhar do Cain Velasquez não pode entrar no jogo dele. O meu jogo casa com o do dele. Eu gosto do corpo a corpo também, do chão. Eu tenho essa confiança do jiu-jitsu. Se eu ficar por baixo, eu estou na boa. Já o Cigano (que perdeu para Velasquez) é um especialista na parte do boxe. Ele é muito perigoso. Mas o meu jogo com o do Cain Velasquez fica bom, pois é naquele momento que eu vou finalizar ele ou raspar. Fazer uma inversão e ver como ele vai se comportar por baixo”, observou.

Fabrício Werdum, que atua também como comentarista de UFC em língua espanhola, não deixou de comentar sobre o incidente envolvendo Anderson Silva, que acabou fraturando a perna em combate contra Chris Weidman, luta que valia o cinturão dos pesos médios. Para Werdum, a cena é pesada até para quem está acostumado a lutar MMA.

“Foi muito impactante para todos, foi uma cena muito forte realmente. Aconteceu. O Weidman foi muito inteligente. Claro que ele não bloqueou pensando que pudesse quebrar a perna do Anderson Silva, claro que não. Mas o bloqueio foi perfeito. O Anderson Silva chutou na fé, para machucar o Weidman”, falou. “Muita gente fala que o Anderson podia ganhar aquela luta se continuasse. Mas eu vou ser muito sincero: o Weidman mostrou que está muito bem. Ele ganhou o primeiro round. Eu também achava que ele não tinha perfil de campeão, mas depois dessa luta ele mostrou como ele está bem, muito bem treinado”, analisou Werdum, que ainda lamentou a lesão de Anderson.

“Foi uma pena esse acidente. Ninguém queria que acontecesse. A pessoa tem que ser muito maldosa para querer que outro atleta quebre a perna. Mas com certeza ele vai se recuperar. Nos Estados Unidos tem os melhores fisioterapeutas, assim como no Brasil tem excelentes. Mas ele vai voltar o quanto antes, se ele puder”, opinou.

E enquanto não entra no octógono para enfrentar Travis Browne, Fabrício Werdum deus seus ‘pitacos’ para a luta entre seu compatriota Vitor Belfort e Weidman, na briga pelo cinturão. Para Werdum, é muito difícil apostar em um vencedor, já que ambos vivem um grande momento.

“Eu vejo que o Belfort está em uma fase muito boa. Mas eu acho que o Weidman também está muito bem. O jogo do Weidman é um jogo chato, do wrestling. É um jogo chato para evitar as quedas. Ele vai botar o Vitor Belfort para baixo e ficar por cima pontuando. Eu acho que (a luta) vai até o final. Não sei se ele vai nocautear. E o Weidman tem um jiu-jitsu bom e pode tirar uma finalização. Essa é a minha opinião de comentarista”, finalizou.

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