Zanetti fica atrás de rival grego e fatura a prata nas argolas na Olimpíada

  • Por Estadão Conteúdo
  • 15/08/2016 15h01

Arthur Zanetti EFE Arthur Zanetti

Nos Jogos Olímpicos do Rio, o ginasta Arthur Zanetti encontrou um rival à altura e conquistou a medalha de prata nas argolas. Com a nota 15,766, o brasileiro fez uma boa prova, mas não conseguiu defender o título conquistado em Londres-2012 e acabou em segundo lugar nesta segunda-feira, na Arena Olímpica do Rio. 

O ginasta da casa entrou no aparelho sabendo que qualquer falha lhe custaria caro depois do show do grego Eleftherios Petrounias. Zanetti apresentou uma série mais forte que nas eliminatórias, com 6,800 de nota de partida, e recebeu 8,966 de execução. Mesmo sem o ouro, o brasileiro fez uma ótima competição e deu alegrias para a torcida.

A consistência do grego nos movimentos e uma saída cravada foram motivos para sorrisos e comemorações. Com 6,800 de nota de partida e 9,200 de execução, totalizando 16,000, deixou a situação dos outros competidores complicadíssima. Campeão mundial em Glasgow, Petrounias fez a melhor nota de sua carreira no Rio. 

Correndo por fora, o russo Denis Abliazin teve um ótimo desempenho nas argolas e endureceu a briga pelo pódio, com a nota 15,700 ficou com o bronze. Os chineses ficaram um pouco abaixo do esperado na final olímpica. Liu Yang, campeão mundial em Nanning-2014, acabou com 15,600. Vice-campeão mundial nas argolas em Glasgow, You Hao cometeu algumas falhas e teve um desequilíbrio na saída, problemas que lhe renderam 15,400. Enquanto o ucraniano Igor Radilov se apresentava, alguém na torcida gritou “vai cair” e os outros presentes pediram silêncio

Quando subiu no aparelho, Zanetti tinha conhecimento de quanto precisaria pontuar para defender o título olímpico. Um sorteio definiu a ordem de apresentação e o brasileiro ficou por último. Situação oposta à que enfrentou no Mundial de Glasgow, em 2015, em que foi o primeiro a exibir sua série, encarou bastante rigor da arbitragem e acabou eliminado antes mesmo da final.

Na classificatória da Olimpíada, o chinês Liu Yang não escondeu o jogo e se garantiu na final das argolas com o primeiro lugar (15,900), seguido pelo grego Eleftherios Petrounias (15,833) e por outro atleta da China, You Hao, com 15,800. O russo Denis Abliazin (15,633) também ficou à frente de Zanetti, que fez uma série simplificada e tirou 15,533. Já era sabido que poucos décimos separariam o pódio do restante.

Este ciclo olímpico marcou um momento distinto da carreira de Zanetti. Em quatro anos, deixou o anonimato de São Caetano do Sul após a Olimpíada de Londres para se transformar em uma das principais esperanças de medalha do Brasil. Em 2012, conquistou o primeiro ouro olímpico da história da ginástica artística do Brasil. 

O brasileiro ainda tem no currículo a prata nos Mundiais de Tóquio-2011 e de Nanning-2014. Por seu histórico, o atleta de 26 anos é considerado um dos atletas mais constantes da delegação brasileira e conviveu com uma grande responsabilidade nos Jogos do Rio.

Para minimizar a pressão, o técnico Marcos Goto decidiu “blindar” o ginasta desde a chegada à Vila Olímpica. Zanetti ficou “offline”, proibido de usar as redes sociais e dar entrevistas, também não participou das festividades do Time Brasil, como a cerimônia de abertura, no Maracanã. Manteve uma rotina regrada de treinos, dieta e descanso na esperança de transformar a expectativa em resultado. O ouro não veio, mas por mérito do adversário.

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