Zico se coloca à disposição da Fifa, mas critica modelo: “as cartas estão marcadas”

  • Por Jovem Pan
  • 04/06/2015 12h21
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Joseph Blatter não conseguiu se sustentar como presidente da Fifa após os escândalos de corrupção envolvendo a entidade. Nesta semana, o suíço colocou o cargo à disposição e convocou novas eleições, que vão acontecer entre dezembro e maio de 2016.

Nomes como o do presidente da Uefa, Michel Platini, além do ex-jogador Figo e até mesmo o príncipe da Jordânia, Ali Bin Al Hussein, estão sendo cotados para o posto. Em entrevista exclusiva ao correspondente Ulisses Neto da Rádio Jovem Pan, um grande nome do futebol brasileiro também entrou em pauta: Zico.

Com experiência pública federal no Ministério dos Esportes e na candidatura brasileira à Copa do Mundo 2014, além de presidente de sindicato e experiência como dirigente e treinador em vários países, Zico se colocou à disposição para assumir o cargo, mas com ressalvas.

“Eu me coloco à disposição porque tenho experiência, então, me vejo em uma condição de oferecer meus serviços à Fifa. Eu não quero fazer política com ninguém. Quero entrar pela minha capacidade, meu nome e minha história”, disse o ex-camisa dez da Seleção Brasileira.

O Galinho de Quintino também criticou a forma como a eleição é feita, com candidatos sendo apoiados por federações. “Eu acho que não é bom para ninguém. Com esta fórmula, o Figo saiu, o príncipe da Jordânia também, apesar de que na próxima vez os cuidados vão ser maiores. Eu não posso estar lá representando cinco federações que vão querer algo em troca depois. É por isso que eu sou contra. As cartas estão marcadas”.

Zico deu suas impressões sobre as irregularidades já expostas nos últimos nove dias não o surpreendem. “Já imaginava e tinha conhecimento de muita coisa. Em 2002, eu estava presente como membro da cidade de Kashima e o presidente do comitê do Japão foi meu presidente no Kashima. Quando entrou a Coreia, o Japão ficou em segundo plano. Praticamente não teve Copa do Mundo no Japão”.

O ex-jogador do Flamengo aproveitou para criticar a escolha do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022 e apoiou a candidatura inglesa. “Você não pode fazer uma Copa do Mundo em um país que não tem futebol. Eu trabalhei lá. Não tem mil pessoas nos estádios. A temporada em junho e julho é um absurdo. Não é o futebol que está a frente da Fifa hoje. Se as irregularidades na compra de votos para essa candidatura forem comprovadas, eu acho que quem quer que seja tem que parar. A Inglaterra tem infraestrutura para realizar isto.

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