Crime Organizado e rentismo mantêm Bolsonaro refém?

Setores do governo, militares e magistrados (não contaminados por máfias) encontram dificuldade em lidar com o momento violento e instável que o Brasil vive e que tende a se agravar no curto prazo

  • Por Jorge Serrão
  • 20/04/2022 12h37
Foto: Isac Nóbrega/PR Jair Bolsonaro Presidente Jair Bolsonaro agradeceu ao apoio do senador eleito pelo Paraná, Sergio Moro

Em seu pragmatismo cínico, sempre em busca de resultados no curtíssimo prazo, na base do custe o que custar, de preferência com o mínimo de esforço e trabalho, a ideologia rentista tupiniquim consegue se superar em análises idiotas. O fato grave é que as besteiras acabam vendidas ao mercado como “visão estratégica”. Ou, pior ainda, como “verdades teóricas” proclamadas por “economistas” através do noticiário. O Brasil tem de se livrar da refinada canalhice rentista. O problema é que isto é complicado, quase impossível, porque a mentalidade rentista domina e escraviza o “pensamento” político e econômico.

O rentismo controla tudo, principalmente a mídia e a área de ensino que forma nossas “zelites”. Por isso, parece “natural” a reprodução da ideologia rentista. Quem ousa pensar diferente deles é inviabilizado. Quando permite, é cooptado. Se atrapalhar demais, ou tem a reputação assassinada, ou é censurado e marginalizado economicamente ou acaba exterminado de verdade. O presidente Jair Messias Bolsonaro, por exemplo, tem sido enganado e feito refém pelo rentismo que subjuga o governo.

Quer provas de que o rentismo é criminoso? Então tente responder a algumas perguntas básicas: quem financia, de verdade, o sistema do Crime Institucionalizado no Brasil? Quem movimenta, de modo tão profissional, a dinheirama que as diversas atividades criminosas movimentam no Brasil e pelo mundo afora? Quem controla e lucra, de verdade, com a ação institucionalizada do crime, sobretudo com a corrupção e os variados tráficos (de drogas, armas, gente, órgãos e produtos)? Quem forma o braço financeiro das supermáfias? Quem comanda realmente o narconegócio? Quem escraviza o marginal pobre da favela? Quem investe na insegurança e no terrorismo psicológico para lucrar alto com a “indústria da pretensa segurança”? As variadas respostas revelam que seres humanos com mentalidade rentista dirigem as atividades criminosas – inclusive aquelas que têm aparência “legal”, legitimadas pelo abuso de poder estatal.

O Crime Organizado (ou Institucionalizado) é uma atividade dirigida pela ideologia rentista. Ninguém duvida que o rentismo está na essência do Crime Institucionalizado – que é a associação para fins delitivos entre quem movimenta a máquina estatal e bandidos de toda espécie que lucram, direta ou indiretamente, com o controle político e econômico da sociedade. O rentismo “paitrocina” o crime. Por isso, não adianta combater o crime no Brasil sem antes neutralizar a hegemonia da mentalidade rentista. O rentismo é uma doença que destrói a humanidade, pois a evolução humana é baseada no trabalho (nobre função odiada pelo rentismo, que patrocina a vagabundagem e a escravidão pós-moderna).

Dá tristeza ver que tem self-made-man idiota que sente orgulho de ser chamado de “rentista”. O imbecil econômico, geralmente também um arrogante analfabeto que pensa fazer “leitura política”, tem a ilusão de que faz parte da “elite” graças aos seus milhões ou bilhões acumulados por via legal ou ilegal, geralmente improdutiva. São estas bestas quadradas quem dão sustentação a governos socialistas fabianos, essencialmente capimunistas, no qual o Estado-Ladrão dita as regras. A grande missão rentista é cooptar o produtor que trabalha de verdade, sem ficar preocupado com as meras cotações de bolsas de valores de mentirinha – que mais parecem cassinos de apostas, no jogo de ganha-e-perde ou só de perde-perde (para os incautos).

Em resumo: o rentismo só pode ser derrotado por uma profunda mudança de mentalidade, em uma mudança estrutural – que colocará o Brasil no rumo do verdadeiro crescimento e desenvolvimento, via Capitalismo. Os rentistas farão o diabo para impedir que a autodeterminação do Brasil se torne uma realidade. O inimigo do Brasil é o rentismo improdutivo. O resto é consequência. A parada é sinistra. Não é à toa que o rentismo patrocina as ideologias esquerdistas – que valorizam a “Estadodependência” e a lei do menor esforço para ganhar dinheiro. Por isso, imitando o imortal Machado de Assis em sua crítica fatal ao tempo, “matamos o rentismo, ou o rentismo nos enterrará”.

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