JOVEM PAN 80 ANOS: Das grandes coberturas ao olhar atento para os interesses do Brasil
Ao longo de oito décadas, o jornalismo da Jovem Pan ganhou prestígio e credibilidade em todo o Brasil pela qualidade de seus profissionais e pelo trabalho realizado com responsabilidade e foco nas demandas da audiência
O jornalismo da Jovem Pan ganhou prestígio e credibilidade em todo o Brasil pela qualidade de seus profissionais e pelo trabalho realizado com responsabilidade e foco nas demandas da audiência. Ao longo de oito décadas, a Jovem Pan nunca se omitiu nos momentos críticos e decisivos para o país: tragédias, desastres naturais, escândalos políticos e a defesa firme dos interesses da população por meio de campanhas e do espaço aberto em seus microfones para as demandas do povo. No Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e onde mais a notícia estivesse, também estava lá o microfone da Jovem Pan, registrando os fatos mais importantes, buscando a informação precisa com qualidade e credibilidade.
Na Jovem Pan, o “endereço da notícia” – como anunciava o prefixo da emissora durante anos -, atuaram os principais nomes do jornalismo brasileiro. Merecem destaque figuras como Orlando Duarte, Maria Lídia Flandoli, Otávio Name, Oswaldo Sargentelli, Ney Gonçalves Dias, Milton Parron, Marco Antonio Gomes, Wilson Fittipaldi, Kalil Filho, Fausto Canova, Joseval Peixoto e Fernando Vieira de Mello, apenas para citar alguns nomes basilares do jornalismo brasileiro que empunharam o microfone e comandaram o jornalismo do grupo de comunicação. Esses personagens, tão importantes para a história da comunicação brasileira, foram também fundamentais para tornar a emissora comandada por Antônio Augusto Amaral de Carvalho, o Tuta, um dos veículos de maior identificação com o público em São Paulo, sede da emissora, e depois com o do Brasil, por meio da Rede Jovem Pan SAT, criada em 1994.
As grandes coberturas
A notícia está sempre em primeiro lugar na Jovem Pan. É por isso que, desde cedo, quando iniciou uma fase mais voltada ao jornalismo, no final da década de 1960, a emissora tornou-se especialista em grandes e complexas coberturas. Foi assim nos trágicos incêndios dos edifícios Andraus (1972) e Joelma (1974) – este último marcando a derrubada completa da programação da emissora para transmitir, diretamente do local do incêndio, todas as informações. Naquele dia, o repórter Milton Parron, que havia chegado com as primeiras viaturas do Corpo de Bombeiros ainda pela manhã, se manteve no ar até o dia seguinte. A rádio não interrompeu a cobertura da tragédia nem mesmo para a exibir A Voz do Brasil.
Outros episódios marcantes para o Brasil e para o mundo foram narrados com a mesma determinação, responsabilidade e fôlego. Os atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, mobilizaram os correspondentes internacionais e o time de analistas no Brasil para traduzir, em tempo real, para milhões de ouvintes as cenas trágicas de dois símbolos da força e do poder norte-americanos, as Torres Gêmeas, ruindo sob olhos e ouvidos perplexos em todo o mundo. Horas de uma transmissão que começou ainda durante o “Jornal da Manhã” e que, mais do que noticiar o fato, tentava trazer as explicações sobre como aquele episódio estava mudando a história do mundo. A cobertura internacional, aliás, sempre teve destaque na programação da rádio Jovem Pan, com a presença diária dos jornalistas Caio Blinder, direto de Nova York, e Reali Junior, diretamente da Maison de la Radio, em Paris.
Não foram poucas as tragédias que, infelizmente, o jornalismo da Jovem Pan teve como missão noticiar: a queda do Fokker 100, em 1996; o caso Richthofen, em 2002; o acidente com o avião da TAM em Congonhas, em 2007; a cratera que se abriu na obra da estação Pinheiros do Metrô de São Paulo, em 2007; o incêndio na Boate Kiss, em 2013. Episódios que deixaram marcas abertas até hoje e que demandaram horas de apuração, de checagem dos fatos e o empenho de dezenas de profissionais, desde as áreas técnicas ao jornalismo.
Olhar atento para os interesses do Brasil
Uma das marcas do jornalismo da Jovem Pan é a cobertura de política e economia, tradição iniciada ainda nos anos 1970, com os primeiros jornalísticos da emissora, e que é mantida até hoje pela rádio e pela TV Jovem Pan News. Episódios importantes para a jovem democracia brasileira foram narrados pelos microfones da Jovem Pan, como o movimento Diretas Já e a eleição de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, em 1985. Naquele mesmo ano, a força e a credibilidade do jornalismo da rádio foram demonstrados quando da eleição de Jânio Quadros para a Prefeitura de São Paulo. Antes de o resultado das urnas ser confirmado, a Enquete JP já cravava a vitória dele, e a emissora mostrava a coragem, a seriedade e o compromisso público da Jovem Pan com a sua audiência.
Na década seguinte, já em 1994, a rádio mostrava para os brasileiros o surgimento de uma nova era, que trazia esperança para os chefes de família esgotados após sucessivos planos econômicos frustrados. Os repórteres e comentaristas explicavam para os ouvintes o Plano Real. Na virada do século, a missão de informar e prestar serviço se manteve. O “Jornal da Manhã”, exibido em Amplitude Modulada (AM 620) também passava a ser exibido em Frequência Modulada (FM 100,9), em São Paulo – mais qualidade de áudio e maior alcance para o mais tradicional jornal do rádio brasileiro. E foi para o “Jornal da Manhã”, em agosto de 2001, que o apresentador e empresário Silvio Santos ligou para, em conversa com o âncora Joseval Peixoto, se pronunciar pela primeira vez a respeito do sequestro de sua filha, que havia sido encerrado horas antes, uma ação com contornos cinematográficos e que parou o Brasil.
Anos depois, para além da cobertura diária dos bastidores e dos desdobramentos da política nacional, a Jovem Pan foi expoente na cobertura dos escândalos em Brasília, abrindo espaço em sua programação para as sessões de CPIs, que modificaram o curso da política, como do Mensalão, em 2005. No início dos anos 2010, mais uma vez, o foco é a elevada temperatura da política nacional e as manifestações populares que culminariam no impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Tradição que se renova a cada geração
Dos protestos populares em 2013 — as ruas das principais capitais do Brasil e do mundo foram tomadas por manifestantes com as mais diferentes pautas — até o afastamento de Dilma Rousseff do cargo, num movimento pautado principalmente pelo povo, foram muitas as transformações no Brasil e também na Jovem Pan, que ampliaram os investimentos no digital e a produção de conteúdo multiplataforma, dando continuidade ao projeto iniciado em 2007, com o surgimento da Jovem Pan Online — “o rádio com imagem”.
A partir de 2014, Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, assume a presidência do Grupo Jovem Pan e inicia uma nova fase, com a reformulação de programas e o lançamento de novos produtos, como o “Morning Show”, programa matinal que reúne notícias, entretenimento e opinião, que já teve entre seus apresentadores Zé Luiz e Edgard Picoli, e atualmente é comandado por Paulo Mathias. Na mesma época, foram lançados os programas “Os Pingos nos Is”, com o comando do jornalista Reinaldo Azevedo, e “3 em 1”.
Com enfoque cada vez maior para a cobertura de política e economia e com programas tradicionais reformulados, além das estreias, a Jovem Pan ganhou ainda mais espaço como referência entre os veículos de notícias brasileiros. O direcionamento editorial, sempre plural e alinhado com os anseios do público, abriu ainda mais espaço para a opinião e a análise de especialistas em diferentes áreas. O time de comentaristas da Jovem Pan — no rádio e na internet — se tornou indispensável na rotina de milhões de ouvintes e internautas. A sinergia entre rádio e internet se mostrou imbatível – uma aposta de Tutinha, que trouxe de uma viagem aos Estados Unidos os primeiros equipamentos para a transmissão “do rádio com imagens”.
Além dos nomes já citados, essa fase multiplataforma da Jovem Pan contou com o trabalho de profissionais conhecidos como Marco Antonio Villa, Vera Magalhães, Fernando Rodrigues, Marcelo Madureira, Carlos Andreazza, Raquel Sheherazade, Felipe Moura Brasil, Claudio Tognolli, Thais Oyama, entre muitos outros. As grandes coberturas também se tornaram multiplataforma. Em 2018, a prisão do ex-presidente Lula foi transmitida com som e imagem pelo rádio e pelo Canal Jovem Pan News no YouTube, alcançando audiência superior a 12 milhões de visualizações. Foram horas de cobertura na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP), até a chegada do petista à sede da Polícia Federal em Curitiba (PR). Um trabalho que desafiou o exercício de desenvolvimento de uma linguagem multiplataforma, para rádio e internet.
O crescimento acelerado nos anos seguintes dos canais digitais do grupo levou a Jovem Pan a lançar a Panflix, uma plataforma própria de streaming, que reúne todo o conteúdo produzido pela empresa, que antes estava disperso em quase 30 canais no YouTube — notícias, entretenimento, esportes, entre outros temas. O aplicativo foi bem aceito pelo público e se tornou companheiro fiel de mais de 1 milhão de pessoas que fizeram o download. Saiba mais sobre os 80 anos da Jovem Pan AQUI.
*
*Carlos Aros é jornalista e diretor de conteúdo da Rede Jovem Pan.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.