‘I’m flying, Jack!’: o que move o desejo por turismos exóticos como o do submarino do Titanic
Quando se adiciona o desconhecido à adrenalina, o perigo aparece em uma escala absolutamente alta, e, nesse caso, não importa o preço, e sim a experiência a ser vivida
Desde que comecei a viajar, quando tinha 20 anos, ouvia histórias de gente que desafiava a natureza. Passei pela Apolo 11, pelo ônibus espacial, pelo maluco que saltou de moto o Grand Canyon, pelo globo da morte nos circos de bairro, por aqueles que atravessavam de um prédio para outro no cabo de aço e, certeza que vocês se lembram, por aquele homem que saltou da estratosfera rompendo a barreira do som na aventura da Red Bull. Até aqui, nada demais que não seja a busca insana pela quebra de recorde e um espasmo gigantesco de adrenalina. Este hormônio, que foi descoberto ao final do século 19 por William Bates e produzido artificialmente em 1904 pelo químico alemão Friedrich Stolz, é, sem a menor sombra de dúvida, o grande responsável pelos desafios que os seres humanos inventaram. Nenhum destes dois gênios imaginou o quão longe esta história chegaria.
Ao mesmo modo e ao fim da ceia, percorri cinco continentes buscando mostrar para uma gama de pessoas as aventuras turísticas mundo afora. Mergulho com tubarões, descida em vulcões adormecidos na Nicarágua, bungee jump, a subida do Himalaia, o rafting na Nova Zelândia, o pôr do sol lá em cima na ponte de Sidney, pilotar um carro de Fórmula 1 no circuito de Yas Marina em Abu Dhabi, o passeio de buggy nas areias de Natal, o cultivo da pérola negra no Taiti ou mesmo um voo de balão na Capadócia. Tudo isto é delicioso e sonho de consumo para milhares de pessoas. E, indo um pouco além, existe uma enorme fila para todas essas aventuras. Afinal, quem não quer viver grande emoções?! Quando você junta os passeios exóticos com a adrenalina, o resultado às vezes pode ser emocionante. Mas, quando você adiciona o “desconhecido” a esta fórmula, o perigo, definitivamente, aparece numa escala absolutamente alta. E, não importa o preço, o importante é a experiência a ser vivida. O que são US$ 250 mil para chegar ao paraíso? Como diria Rose: ‘I’m flying, Jack’!
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