60 anos da morte de Getúlio Vargas; confira o especial da JOVEM PAN

  • Por Thiago Uberreich
  • 22/08/2014 16h09
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O defensor do lema “é preciso viver para poder esperar” não resistiu às pressões do ano de 1954. Uma das figuras mais controvérsias da política brasileira no século XX, saía de cena de forma dramática. Rio de Janeiro, 24 de agosto, Palácio do Catete.

Getúlio Vargas cumpria rigorosamente a promessa de que só sairia morto do Palácio do Catete. O presidente estava acuado pela grave crise política e o tiro no peito foi a solução encontrada para deixar a vida e entrar para a história.

Em uma suposta carta testamento, Vargas disse: “Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. (…) Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.”

Nascido em São Borja, no Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas tomou poder da República em 1930, por meio de um golpe. O governo provisório resistiu à Revolução Constitucionalista de São Paulo, dois anos depois.

*Ouça os áudios das declarações e matérias históricas no áudio acima

Em julho de 1934, Getúlio Vargas se elegeu presidente da República de forma indireta pelo Congresso Nacional. Os três anos de legalidade foram marcados por agitação política, greves e o aprofundamento da crise econômica.

Em 1937, usando como pretexto o combate às forças comunistas, Getúlio Vargas deu um gole e instaurou o Estado Novo. A Constituição, chamada de polaca, acabou com os partidos políticos e implantou a ditadura, com censura à imprensa e tortura dos opositores.

Em 1942, Getúlio Vargas mandou os Pracinhas da FEB para a luta na 2º Guerra Mundial contra as nações do eixo. Ao completar 15 anos no comando do país, em outubro de 1945, os mesmos militares que o colocaram no poder em 1930, derrumbaram o presidente.

O ex-presidente retornaria para a sua cidade, São Borja, mas não por muito tempo. Na volta da democracia, ele foi eleito deputado e senador. Depois do governo turbulento do presidente Eurico Gaspar Dutra, o país teve uma nova eleição direta em 1950. Vargas voltava ao poder, agora nos braços dos trabalhadores, que sentiram a falta do “pai dos pobres”.

A política trabalhista não contentava os empresários. O começo dos anos 50 foi marcado por tensões e corrupção. O jornalista Carlos Lacerda, da UDN, ganhava destaque como um dos mais ferrenhos adversários de Getúlio Vargas, era a oposição massacrante. No dia 5 de agosto de 1954, a crise política se agravou com o atentado ao jornalista Carlos Lacerda.

Oito dias depois do major Vaz, que fazia a segurança de Carlos Lacerda, o líder da UDN na Câmara, Afonso Arinos, disparava: “tenha coragem de perceber que o seu governo é hoje um estuário de lama e um estuário de sangue. Observe que o seu palácio é um vasculhador da sociedade”.

Entre 23 e 24 de agosto de 54, uma reunião no Palácio do Catete foi a última tentativa de salvar o governo. Os ministros de Getúlio Vargas queriam convencer o presidente a se afastar do cargo, mas não imaginavam que o líder adotaria uma medida extrema. Aos 72 anos, Getúlio Dornelles Vargas desistia da vida, preferiu entrar para a história.

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