Abbas condena lançamento de mísseis de Gaza e ações do exército de Israel

  • Por Agencia EFE
  • 13/03/2014 10h43

Belém (Cisjordânia), 13 mar (EFE).- O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, condenou nesta quinta-feira o lançamento de foguetes contra Israel a partir de Gaza e as ações do exército israelense, que na quarta-feira bombardeou a Faixa em represália ao ataque em massa com projéteis do grupo radical Jihad Islâmica.

Em entrevista coletiva no palácio presidencial em Belém, na Cisjordânia ocupada, após receber o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, o líder palestino reiterou que seu objetivo é continuar trabalhando em uma solução política ao conflito palestino-israelense.

“Aconteceram nos últimos dias três assassinatos a sangue frio na Cisjordânia e três em Gaza, e não escutamos nem uma só desculpa de Israel. Condenamos a agressão militar e os ataques israelenses da mesma forma que o lançamento de foguetes (da Jihad)”, manifestou Abbas.

“Continuaremos nossos esforços para encontrar uma solução política e a paz em nossa região”, acrescentou.

Cameron, por sua vez, insistiu que é necessário falar daqueles que estão deteriorando o processo de paz através do lançamento de foguetes e se mostrou convencido que Abbas “entende que o Estado palestino não se alcançará através da violência”.

“A solução dos dois Estados só chegará com ambas as partes conversando uma somente com a outra. Sei, por sua palavras, que sabe que o Estado palestino não poderá ser conseguido através da violência”, recalcou.

O chefe do governo britânico qualificou de “inaceitável” a situação em Gaza – sob bloqueio militar israelense desde 2007 – um lugar onde vivem 1,7 milhão de pessoas “que sofrem com altos índices de desemprego, carência de serviços de saúde e desenvolvimento da economia, onde é necessário continuar trabalhando”.

Nesta manhã, milicianos palestinos voltaram a disparar quatro foguetes contra o sul de Israel que, no entanto, caíram dentro da própria Gaza. Os projéteis saíram das plataformas de lançamento em torno das 03h30 (de Brasília) do centro da Faixa e “não chegaram a alcançar o território israelense”, assinalou uma porta-voz militar.

Poucas horas depois e coincidindo com o início de uma reunião do Conselho de Segurança do governo israelense para avaliar a situação e estudar a resposta, os milicianos lançaram uma nova salva de foguetes, dois dos quais caíram em áreas despovoadas próximas aos portos mediterrâneos de Ashdod e Ashkelon.

A região está imersa em um ambiente de tensão anterior à guerra desde que o grupo islamita Jihad Islâmica lançou meia centena de foguetes contra povoações do sul de Israel, sem causar vítimas.

O ataque foi respondido de forma imediata pela artilharia e pela aviação israelense, que bombardearam 29 posições das milícias palestinas em diferentes lugares do norte, do centro e do sul da Faixa.

Em comunicado, a Jihad Islâmica afirmou que a operação, denominada “Romper o silêncio”, tinha como objetivo principal vingar a morte na terça de três de seus membros pela aviação israelense quando disparavam bombas. EFE

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