Abbas pede atuação do papa em conflito Israel-Palestina

  • Por Agencia EFE
  • 25/05/2014 13h54

Belém (Cisjordânia), 25 mai (EFE).- O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, pediu ao papa Francisco que participe da solução do conflito com Israel e denunciou tentativas de expulsar palestinos, cristãos e muçulmanos de Jerusalém.

Em discurso por ocasião da chegada do pontífice à cidade palestina de Belém, Abbas reiterou o direito de seu povo a estabelecer capital em Jerusalém Oriental e condenou a construção de colônias judias na Cisjordânia, que para ele é um dos principais obstáculos para a paz.

“Sua visita hoje nos traz todo o simbolismo que seu nome e Sua Santidade tem como defensor dos pobres, dos oprimidos e dos marginalizados. Sua peregrinação representa um apelo pela paz na Palestina, terra de amor e paz”, afirmou.

“Atualizamos Sua Santidade com os resultados do processo de paz e os obstáculos que levaram a seu colapso, em primeiro lugar a construção de assentamentos, além dos contínuos ataques contra lugares sagrados”, afirmou.

“Também falamos sobre a prisão de milhares de palestinos em penitenciárias israelenses. Um número deles está em greve de fome há mais de 30 dias para protestar pelos maus tratos e a detenção sem acusações”, acrescentou.

Abbas se referiu, depois, à “trágica situação vivida pela cidade de Jerusalém”.

“Israel trabalha de forma sistemática para mudar o caráter e a identidade da cidade, impondo restrições aos palestinos, sejam cristãos ou muçulmanos, para desclocá-los e impedir que rezem nos lugares santos”, ressaltou.

“Pedimos ao governo israelense que cesse estas práticas, que violam o direito internacional. Do nosso ponto de vista, queremos que nossa capital em Jerusalém Oriental seja um lugar aberto, sem espreita de discriminação, para as três religiões monoteístas”, acrescentou.

Abbas se comprometeu a fortalecer a presença dos cristãos na Terra Santa, especialmente em Jerusalém.

“Quero expressar do fundo do meu coração que apreciamos seus esforços e seu apoio aos direitos de nosso povo. E contamos com Sua Santidade para que nos ajude a prover a nosso povo a liberdade e a independência, acabando com a ocupação israelense e estabelecendo um Estado com capital em Jerusalém Oriental”, declarou.

“Santidade, não pedimos o impossível. Fizemos muitos sacrifícios pela paz. Aceitamos que nosso Estado se limite à terra conquistada em 1967 com Jerusalém Oriental como capital, ao lado de Israel com segurança, respeito mútuo e boa vizinhança”, disse. EFE

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