Abbas pede que Netanyahu condene assassinato de palestino e controle colonos
Jerusalém, 2 jul (EFE).- O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, pediu nesta quarta-feira ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que condene o assassinato de um jovem palestino em Jerusalém -supostamente em um ato de vingança- como ele condenou “o sequestro dos três estudantes judeus”.
“Peço a Netanyahu que condene o sequestro e o assassinato igual como fez como o ocorrido com os três israelenses”, explicou o líder palestino, em comunicado.
Na nota, Abbas pediu, além disso, que Israel “adote as medidas necessárias para frear os ataques de colonos e o caos que produzem”.
Nesta manhã, Netanyahu pediu calma a israelenses e palestinos e “que não façam justiça com as próprias mãos”, e lembrou que Israel “é um estado de direito”.
“O primeiro-ministro chama todas as partes para não fazer justiça com as próprias mãos”, disse um comunicado divulgado por seu escritório após uma conversa com o ministro da Segurança Pública, Yitzhak Aharonovitch, a quem pediu para resolver o caso o mais rápido possível para saber “quem está por trás deste deplorável assassinato e suas motivações”.
Os fatos ocorreram horas depois do enterro dos três adolescentes israelenses desaparecidos em 12 de junho e cujos corpos foram encontrados na segunda-feira em um local perto da cidade palestina de Hebron, o que suscitou desde ontem uma onda de ataques contra árabes por parte de nacionalistas judeus.
O mais grave foi um similar ao dos três jovens judeus, que terminou da mesma e trágica maneira, embora sem a agonia do tempo.
Testemunhas explicaram à Agência Efe que na tarde de terça-feira, um grupo de desconhecidos obrigou Mohamad Hussein Abu Jedeir, de 16 anos, a entrar em um carro na saída da mesquita no bairro de Shuafat, em Jerusalém Oriental.
Seu corpo sem vida foi achado nesta manhã pela polícia israelense em uma zona florestal da cidade santa, com evidentes mostras de violência.
Logo após conhecer a notícia, centenas de pessoas se congregaram na porta da casa do jovem, onde enfrentaram com pedras e outros objetos a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e balas de borracha.
Além disso, ontem à noite, quatro jovens israelenses foram detidos quando tratavam de agredir trabalhadores palestinos na rua Jaffa, pulmão comercial de Jerusalém Oeste. Um deles penetrou mascarado em um conhecido restaurante de fast-food, onde foi rendido pela polícia.
A poucos metros dali, perto do famoso mercado aberto de Mehane Yehuda, outros agentes tiveram de resgatar um palestino que ficou preso entre uma multidão gente que gritava “morte aos árabes”.
De madrugada, um grupo de colonos ultranacionalistas da colônia de Itamar -ilegal segundo o direito internacional- incendiaram esta madrugada uma fazenda de ovelhas perto da cidade de Nablus, no norte da Cisjordânia ocupada.
O ministro israelense de Ciências, Yacov Perry, ex-chefe dos serviços secretos, afirmou hoje que se for confirmada a motivação nacionalista, o caso deve ser tratado sob a legislação relevante para casos de “terrorismo”.
Os pais de um dos três adolescentes judeus assassinados pediram hoje “que não haja vingança” porque “um assassinato é um assassinato” independentemente de quem seja a vítima e quem o cometa.
“Não pode haver justificativa e nem perdão a um assassinato”, afirma a família do jovem Naftalí Frenkel, enterrado ontem, em comunicado aos meios de comunicação. EFE
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