Abbas: “Todos os dias levantamos e descobrimos um novo ataque israelense”

  • Por Agencia EFE
  • 31/07/2015 12h58
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Jerusalém, 31 jul (EFE).- O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, denunciou nesta sexta-feira que todos os dias há crimes israelenses contra seu povo e garantiu que estes serão levados perante a justiça internacional, após a morte de um bebê em um incêndio provocado por supostos colonos israelenses extremistas.

“Todos os dias despertamos com notícias sobre um novo crime israelense. Este é um crime de guerra e um crime contra a humanidade ao mesmo tempo e não vamos nos manter em silêncio enquanto existam os assentamentos e a ocupação”, declarou Abbas em um comparecimento perante a imprensa em Ramala.

“Falando com franqueza, este crime foi cometido pelo governo israelense, porque impulsiona a colonização e a expande em todas partes na Cisjordânia e Jerusalém. Isto, claramente, encoraja esses colonos criminosos a fazer o que estão fazendo”, acusou Abbas.

Abbas afirmou que as autoridades palestinas estão “preparando um relatório deste e outros crimes anteriores” para “enviá-lo imediatamente ao Tribunal Penal Internacional (TPI). Ninguém nos parará”,

Este novo ataque, acrescentou, “faz parte de uma longa lista de crimes cometidos por colonos”, disse, antes de apontar diretamente a responsabilidade do governo israelense.

O porta-voz da Autoridade Nacional Palestina, Nabil Abu Rudeina, denunciou o que denominou “intermináveis crimes cometidos diariamente contra nosso povo” que, a seu entender, não ocorreriam se “o governo israelense não encorajasse os colonos e os defendesse”.

Por sua vez, o porta-voz do movimento islâmico Hamas na Cisjordânia, Hussam Badran, disse em comunicado de imprensa que “o crime de queimar uma casa e matar uma criança palestina não será nunca esquecido” e “transformará os soldados e colonos da ocupação (israelense) em alvos diretos de ataques da resistência armada”.

A Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) também condenou o ataque em comunicado no qual qualificou de “escalada sem precedentes contra nosso povo”.

“Declaramos guerra aos colonos, aos assentamentos e aos assassinos”, acrescentava a nota.

O ataque aconteceu nesta madrugada e a polícia israelense informou que a principal suspeita é que tratam-se de colonos extremistas judeus que lançaram coquetéis molotov contra duas casas palestinas na cidade de Duma, perto de Nablus.

Uma estava vazia, mas na outra estava uma família de quatro membros.

Além do falecimento do bebê, no incêndio ficaram gravamente feridos seus pais e seu irmão de quatro anos, alguns deles com queimaduras em mais de 70% do corpo.

Nas paredes fora da casa incendiada apareceram pinturas em hebraico que diziam “Longa vida ao Messias”, “Vingança” e “Lista de preços”, expressão utilizada para afirmar que o prejuízo dos colonos e a colonização devem ser “pagos” com outro prejuízo aos palestinos. EFE

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