Abdullah pede intervenção imediata na apuração das eleições afegãs por fraude

Cabul, 18 jun (EFE).- O candidato às eleições presidenciais afegãs Abdullah Abdullah pediu nesta quarta-feira que se intervenha “imediatamente” na apuração de votos sob acusação de fraude, já que não confia nos organismos encarregados pelo mesmo.

Em entrevista coletiva, o antigo líder da resistência antitaliban acusou ao atual chefe do Executivo, Hamid Karzai, de apoiar seu rival na corrida rumo à presidência, Ashraf Gani, e de manipular as urnas a seu favor.

Por isso, Abdullah ordenou a seus observadores eleitorais que abandonem os lugares da apuração e voltem a seus escritórios, já que não aceitará nenhuma decisão das comissões encarregadas de contabilizar os votos até que não se cumpra seu pedido.

O candidato atacou o secretário da Comissão Eleitoral Independente (IEC), Ziaul Haq Amarkhel, de quem reivindicou a renúncia.

“As urnas foram recheadas um dia antes – das eleições – e os observadores não foram admitidos em muitos lugares”, afirmou Abdullah.

A Fundação de Eleições Livres e Justas do Afeganistão (Fefa, em sua sigla em inglês) registrou 6.651 casos de quebrantamento da lei Eleitoral no dia das votações.

De acordo com um relatório da Fefa divulgado ontem, 396 colégios eleitorais abriram com atraso, 368 apresentaram escassez de cédulas, 344 fecharam depois da hora estabelecida e 269 sofreram complicações relacionadas com a tinta para impressões digitais.

Precisamente, nas últimas eleições, realizadas em 2009, Abdullah se retirou da corrida ao alegar que Karzai não podia garantir um processo “transparente”.

No sábado passado aconteceu a segunda rodada de votações das eleições à presidência do Afeganistão, cujos resultados serão revelados em 22 de julho, embora as primeiras estimativas serão publicadas no dia 2.

A votação enfrenta a Abdullah e ao tecnocrata Ashraf Gani, os dois candidatos que conseguiram o maior número de votos no primeiro turno em 5 de abril, enquanto outros seis candidatos foram eliminados. EFE