Abe demonstra tristeza por sofrimento de escravas sexuais, mas mantém postura

  • Por Agencia EFE
  • 28/04/2015 17h13
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Washington, 28 abr (EFE).- O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, declarou nesta terça-feira em Washington estar “profundamente triste” pelo sofrimento das escravas sexuais coreanas do Exército Imperial japonês durante a Segunda Guerra Mundial, mas esclareceu que não tem intenção de revisar sua postura a respeito e nem emitiu uma desculpa.

Na chamada “declaração de Kono” de 1993, o Japão reconheceu pela primeira vez o sistema de escravidão sexual que durante os últimos anos da colonização japonesa na Coreia afetou cerca de 200 mil jovens e adolescentes, chamadas eufemísticamente de “mulheres de conforto”, e pediu desculpas oficialmente.

Mas no ano passado, o governo de Abe apresentou perante o parlamento japonês uma revisão na qual expõe que o Japão não verificou os fatos mencionados nos testemunhos das vítimas e pôs assim em dúvida sua autenticidade.

Hoje, em entrevista coletiva junto ao presidente de EUA, Barack Obama, o primeiro-ministro japonês expressou sua dor pelo “sofrimento” que experimentaram essas escravas e disse que é um “sentimento” que compartilha com seus antecessores.

Abe, no entanto, não ofereceu uma desculpa direta e acrescentou que durante o século passado, “a dignidade e os direitos humanos básicos das mulheres foram frequentemente violados durante as guerras”.

“De qualquer forma, o século XXI deveria ser uma época na qual os direitos das mulheres nunca serão violados”, defendeu.

Cerca de 200 mil meninas, adolescentes e jovens, mais da metade delas coreanas, foram recrutadas de forma forçada durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) pelo Império Japonês para proporcionar serviços sexuais a seus soldados.

A revisão das desculpas oficiais recolhidas na “declaração de Kono” foi criticada com dureza pela Coreia do Sul e deteriorou as relações bilaterais.

Abe e a presidente sul-coreana, Park Geun-hye, não mantiveram nenhuma reunião bilateral desde que ambos assumiram seus cargos há mais de dois anos e os EUA trataram de mediar para diminuir as tensões entre os dois países. EFE

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