Abe: “Demos um passo fundamental para evitar um possível conflito” com China

  • Por Agencia EFE
  • 11/11/2014 10h58

Pequim, 11 nov (EFE). – O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, considerou nesta terça-feira que com a reunião que teve com o presidente da China, Xi Jinping, a primeira em mais de dois anos de tensões, ambos os países deram “um passo fundamental para evitar um possível conflito”.

“China e Japão se necessitam, estamos inevitavelmente unidos”, afirmou o primeiro-ministro em entrevista coletiva no final da cúpula de líderes do fórum de Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico (Apec).

Abe destacou a importância do encontro, não apenas para ambos os países, mas também para “o resto do mundo”, que, conforme disse, “espera que garantamos a paz e a estabilidade da região”.

“Muitos países do mundo esperam ver melhoras”, destacou Abe, em referência aos comentários que vários líderes realizaram durante o jantar de boas-vindas a membros do Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico (Apec) organizado pela China ontem à noite.

“Eles me disseram que estavam muito felizes (por sua reunião com Xi) e que esperavam que respondêssemos às expectativas da comunidade internacional”, comentou o governante japonês, que se mostrou convencido de que, “nesta ocasião”, ambos os países transmitiram bem a mensagem sobre sua responsabilidade com a região e o resto do mundo.

Na opinião de Abe, que lembrou que a primeira visita que realizou ao exterior quando assumiu seu cargo foi à China, o encontro entre os líderes de Pequim e Tóquio abre a porta para retomar “a relação anterior” e poder evitar que a escalada das recentes tensões acabe em um enfrentamento.

“Acertamos seguir adiante e realizar um mecanismo de gestão de crise marítima para prevenir os conflitos no Mar da China Meridional”, afirmou Abe, em referência às ilhas Senkaku/Diaoyu, um arquipélago com soberania reivindicada por Pequim e Tóquio.

A decisão de nacionalizar três das cinco ilhas que formam este arquipélago em setembro de 2012 por parte da administração de Abe, e apesar das recomendações para que não o fizesse do ex-presidente chinês Hu Jintao, aqueceu os ânimos na China, e provocou uma tensão que levou a paralisação de todos os encontros políticos e diplomatas até esta semana.

A tensão, no entanto, ainda não está resolvida, como evidenciado na reunião de ontem, quando Xi recebeu Abe no Grande Palácio do Povo com um semblante sério e ambos se cumprimentaram com um frio aperto de mão sem se olhar, o que foi imortalizado pelas câmaras.

Diante isso, Abe pediu a seu colega chinês “realizar ações positivas”, mas, principalmente, manter um contato constante e não voltar a uma situação como a destes dois anos. Eles acertaram a criação de um mecanismo de gestão de crise, uma espécie de “telefone vermelho”, uma linha direta que conecte as autoridades marítimas de cada país e pela qual se informem os movimentos do outro em águas em disputa. EFE

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