Abiove projeta 2015 favorável ao produtor mesmo com queda no preço da soja
São Paulo, 16 dez (EFE).- Apesar da queda do preço da soja no mercado internacional, oscilando no limite de US$ 10 o bushel na Bolsa de Chicago – valor considerado mínimo para não haver prejuízo para o produtor -, 2015 deverá ser favorável ao setor, embora menos rentável que neste ano.
A avaliação foi feita pelo secretário-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Fábio Trigueirinho, em encontro com jornalistas para anunciar o balanço de 2014 da entidade e as perspectivas para a próxima safra.
“Para 2015 estamos esperando uma safra ainda maior, não obstante os preços já terem baixado um pouco. Mesmo assim, a soja ainda é uma optação rentável e devemos ter mais uma vez uma colheita recorde de 91 milhões de toneladas”, destacou o secretário-executivo.
“Seria de se esperar que houvesse uma redução na produção, mas o patamar de preços ainda é muito elevado para o grão que, se comparado a outras culturas, ainda dá uma rentabilidade melhor”, explicou Trigueirinho.
Segundo ele, se o cenário projetado pela Abiove for confirmado, as exportações da soja brasileira podem aumentar para 48 milhões de toneladas, um crescimento de 5% em relação à safra 2013-2014, tendo a China e a União Europeia como principais destinos.
O consumo interno também deverá crescer, segundo Trigueirinho. Um dos fatores que contribuirá para o aquecimento da demanda do país é o aumento do percentual mínimo de biodiesel misturado ao diesel comum determinado por lei, que passa de 5% para 7% em 2015.
Outro motivo é a expansão da indústria da carne no país, o que demandaria uma maior produção de farelo destinado às rações para aves, suínos, gado de corte e leiteiro.
“Isso vai nos ajudar a esmagar um pouco mais de soja. Devemos passar a ter 2 milhões a mais no processamento, com um total de 38,3 milhões de toneladas”, ressaltou o secretário-executivo.
O aumento de produção de soja, segundo a Abiove, deve ocorrer principalmente na região Norte, especialmente no Pará, onde é esperada uma expansão de área plantada, sobretudo, por causa dos custos mais baixos com transporte e escoamento dos grãos via porto.
Só em 2014 foram embarcados 1,1 milhão de toneladas de soja por meio de um sistema logístico que transporta a oleaginosa colhida em Mato Grosso por meio da BR-163 até Belém. Depois, os grãos levados por uma hidrovia ao porto de Barcarena, no Pará.
“Isso traz uma economia forte no transporte. Esse foi o primeiro ano que o esquema começou a operar e esperamos que em 2015 já haja um bom incremento no volume que vai sair (do país) por essa alternativa”, prevê Trigueirinho.
A perspectiva, segundo ele, é que a região norte seja resposável por mais de 10% do total dos embarques de soja no país, com cerca de 4,8 milhões de toneladas exportadas pelo terminal de Barcarena. EFE
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