Ação da polícia de Israel deixa dezenas de feridos na Esplanada das Mesquitas

  • Por Agencia EFE
  • 13/09/2015 09h59

Jerusalém, 13 set (EFE).- Dezenas de palestinos ficaram feridos, a maioria com sintomas de asfixia, em uma ação da polícia israelense na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, horas antes que se inicie em Israel a celebração do Ano Novo judaico.

Fontes do Crescente Vermelho (equivalente à Cruz Vermelha) cifraram em pelo menos 110 as pessoas que precisaram de assistência médica como consequência da entrada esta manhã de forças policiais israelenses no recinto que abriga a Mesquita de Al-Aqsa, terceira na hierarquia do islã, localizada em Jerusalém Oriental, território ocupado por Israel desde 1967.

Amin Abu Ghazaleh, responsável por ambulâncias desse organismo, disse que 20 feridos foram transferidos ao Hospital Al-Makased, em Jerusalém Oriental, entre eles três com lesões no peito e um na cabeça, informou a agência local “Maan”.

A polícia israelense entrou no início da manhã no recinto sagrado depois que um número indeterminado de palestinos se entrincheirou ali e protagonizou distúrbios contra as forças de segurança, informou um porta-voz policial israelense.

“Os confrontos ocorreram por volta de 6h30 (horário local, 0h30 de Brasília) quando as forças de segurança chegaram ao lugar e foram confrontadas por um número de indivíduos que haviam se entrincheirado na Mesquita de Al-Aqsa e que lhes lançaram pedras, morteiros e fogos de artifício”, disse à Agência Efe Miki Rosenfeld, porta-voz da polícia israelense.

As forças de segurança atiraram abaixo a porta principal do santuário muçulmano e tomaram o controle da área pouco depois, no meio de uma batalha campal com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral lançadas pelas forças israelenses.

Abu Ghazaleh se queixou que as autoridades israelenses impediram a entrada dos paramédicos e de ambulâncias à mesquita durante aproximadamente uma hora e meia.

“Hoje é um dia negro na história de Al-Aqsa”, se queixou por sua parte o xeque Azam Khatib, diretor do Waqf Islâmico (organismo que administra o patrimônio muçulmano na esplanada), denunciando que a polícia israelense proibiu a entrada de fiéis muçulmanos.

Khatib garantiu que a operação policial estava relacionada com uma visita à região sagrada, que os judeus conhecem como Monte do Templo, de um grupo de ativistas da extrema direita israelense, entre eles o ministro da Agricultura de Israel, Uri Ariel, que pretendia rezar no lugar, como já fez em outras ocasiões.

O incidente acontece às vésperas da celebração esta noite do ano novo judaico, festividade que se prolonga até o entardecer da próxima terça-feira e durante a qual dezenas de milhares de judeus oram no Muro das Lamentações, que fica próximo às mesquitas. EFE

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