Ação popular pede bloqueio de R$ 2 bilhões da Samarco para pagamento de danos
Uma ação popular pede o bloqueio de R$ 2 bilhões da mineradora Samarco para o pagamento dos danos causados pela tragédia em Mariana. A empresa se comprometeu a pagar R$ 1 bilhão relativos aos prejuízos provocados pelo rompimento da barragem em cinco de novembro.
A primeira parcela de R$ 500 milhões deve ser depositada nos próximos dias e o recurso será utilizado para reconstrução das áreas atingidas.
O autor da ação, advogado Arthur Guerra, afirmou ao repórter Anderson Costa que o montante de R$ 1 bilhão não é suficiente para arcar com os danos. “Esse valor, ele é irrisório diante do dano causado ao meio ambiente e ao patrimônio histórico cultural. Os R$ 2 bilhões foi atribuição de valor à causa”.
O senador mineiro Aécio Neves se pronunciou nesta sexta-feira (20) sobre a tragédia em Mariana, cidade a 90 quilômetros de Belo Horizonte. O tucano espera que os recursos da multa imposta pelo governo federal sejam usados para a reconstrução dos locais atingidos.
“A empresa tem responsabilidades enormes e deve responder por sua responsabilidade nessa tragédia sem precedentes na história de Minas e, acho que do Brasil, porque não alcança apenas MG. Nós temos que tomar providências objetivas e fazer com que as multas impostas pelo Ibama acabem indo para um fundo que amanhã vai ajudar a fazer superar. Tem que ir para as vítimas”, disse.
Os recursos da Samarco poderão ser destinados também para a limpeza do Rio Doce, bastante atingido pela lama de minério.
O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, que esteve em Minas nesta sexta-feira, ressaltou que não há risco de contaminação da água do rio: “a qualidade da água do Rio Doce tratada em seus diversos trechos é normal e é pasível de ser tomada e ser usada por toda a população. Não há o risco de contaminação do rio, não há metais pesados no rio”.
Após quase duas semanas, o abastecimento de água foi retomado em Governador Valadares, a cidade mais populosa banhada pelo Rio Doce. Os governos de Minas Gerais e Espírito Santo articulam uma ação conjunta contra a Samarco para garantir a recuperação dos danos e indenizações.
A ideia é adotar modelo jurídico empregado pelos Estados Unidos contra a empresa reponsável pelo vazamento de óleo no Golfo do México, em 2010. Nesta sexta-feira, parentes participaram de um ato em Mariana exigindo a continuidade das buscas dos desaparecidos após o rompimento da barragem.
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