Acnur denuncia que sírios na Jordânia vivem na extrema pobreza

  • Por Agencia EFE
  • 14/01/2015 13h09
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Amã, 14 jan (EFE).- O responsável do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), António Guterres, advertiu nesta quarta-feira que um grande número de refugiados sírios na Jordânia “está caindo na pobreza extrema”, o que aumenta os casos de abandono escolar das crianças e de exploração das mulheres.

Em entrevista coletiva em Amã, junto ao ministro de Relações Exteriores jordaniano, Nasser Judeh, Guterres afirmou que isto ocorre “a um ritmo alarmante” e se deve “à magnitude da crise e à falta de apoio da comunidade internacional”.

O alto comissário apresentou um relatório, elaborado pelo Acnur e International Relief and Development, que revela que dois terços dos refugiados sírios na Jordânia vivem abaixo do nível de pobreza nacional. Além disso, uma a cada seis famílias de refugiados sírios se encontra na pobreza extrema, com menos de US$ 40 (R$ 104) por pessoa por mês para cobrir suas necessidades, segundo o estudo, que se baseia nos dados obtidos em visitas feitas em 2014 a quase 150 mil deslocados que vivem fora dos acampamentos estabelecidos.

“Devido ao pouco apoio internacional, as famílias optam por estratégias de sobrevivência cada vez mais drásticas. Com isso, mais crianças abandonam a escola para trabalhar e mais mulheres estão em risco de exploração, incluindo a sexual”, disse Guterres.

Ele pediu um “enorme apoio” para a Jordânia, que acolhe pelo menos 620 mil refugiados sírios, segundo o registro do Acnur, a fim de conter a “rápida deterioração nas condições de vida” dos deslocados.

“A generosidade do povo e do governo da Jordânia tem que ir acompanhada de um grande apoio da comunidade internacional aos próprios refugiados e à população local que os acolhe”, ressaltou Guterres.

Dos 620 mil sírios deslocados à Jordânia, um número que as autoridades elevam a mais de um milhão, 84% vivem fora dos campos de refugiados estabelecidos, segundo o responsável do Acnur.

Guterres expressou também sua solidariedade com os refugiados que sofrem o impacto da tempestade de neve, que é “ainda visível e representa uma maior pressão sobre suas condições de vida já terríveis”.

Por sua vez, o chefe da diplomacia jordaniana insistiu que há uma necessidade urgente de uma resposta internacional mais forte que permita à Jordânia acolher os refugiados sírios.

Segundo os últimos números do Acnur, há mais de 3 milhões de refugiados sírios, que fugiram da guerra, principalmente a países vizinhos como Líbano, Turquia, Jordânia e Iraque. EFE

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