Acnur diz que mais de meio milhão de iemenitas são afetados pelo conflito

  • Por Agencia EFE
  • 19/05/2015 11h23

Genebra, 19 mai (EFE).- Mais de meio milhão de iemenitas devem abandonar seus lares por conta do conflito que assola o país desde março, denunciou nesta terça-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

Além disso, o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) anunciou hoje que, até o último dia 15, havia registrado 1.849 mortes e 7.394 feridos, a partir de dados enviados pelos hospitais.

Na semana passada, aconteceu um cessar-fogo nos combates entre os rebeldes houthis e as forças da coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita. Esta pausa humanitária permitiu a Acnur realizar uma avaliação sobre o que acontece no país em 40 localizações distintas e contabilizar as pessoas deslocadas internamente e às que tiveram que fugir. Segundo esta apuração, a estimativa atual é que mais de 545 mil pessoas se viram obrigadas a abandonar suas casas.

Durante as incursões dos funcionários do Acnur em regiões que foram palco de fortes combates foram encontradas “muitas crianças desnutridas”, conforme destacou em entrevista coletiva Adrian Edwards, porta-voz da agência. Ele alertou que o acumulo de lixo gera o receio de que doenças transmissíveis apareçam.

O porta-voz relatou que o grupo distribuiu comida, móveis, utensílios e combustíveis onde foi possível, mas que todo esse esforço foi “uma gota no oceano”. Por isso, solicitou uma nova trégua para poder prestar mais assistência humanitária.

No último dia 12, entrou em vigor uma trégua humanitária de cinco dias, que não conseguiu abastecer à população afetada nem pôr fim de maneira definitiva aos enfrentamentos, e que concluiu na noite do domingo, sem que fosse renovada. Horas antes de vencer, o enviado especial da ONU ao Iêmen, Ismail Ould al Sheikh Ahmed, pediu em vão às partes envolvidas no conflito sua renovação por outros cinco dias.

Nos dois dias posteriores ao fim da trégua os bombardeios da coalizão contra as posições dos houthis e os combates entre ambas as partes foram retomados.

A milícia rebelde xiita dos houthis se mostrou hoje propícia a acertar uma nova trégua com a coalizão liderada por Riad para pôr fim ao bloqueio e os ataques aéreos no Iêmen, uma possibilidade que também é estudada pela Arábia Saudita. EFE

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