Acnur pede mais uma vez que UE atue frente a tragédias no Mar Mediterrâneo
Genebra, 19 abr (EFE).- Após a última tragédia no Mar Mediterrâneo, na qual cerca de 700 pessoas desapareceram, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) solicitou neste domingo novamente que a União Europeia (EU) estabeleça uma operação de resgate na região.
Nas últimas semanas, o Acnur fez vários pedidos para autoridades europeias montarem uma operação de resgate para salvar os imigrantes que realizarem a travessia em embarcações frágeis que terminam por naufragar.
Após o naufrágio no início da semana passada de uma embarcação na qual 400 imigrantes morreram, o Acnur solicitou o restabelecimento de uma operação similar à Marenostrum, que acabou em dezembro passado sem ser substituída.
“Este novo desastre confirma como é importante restaurar uma operação de resgate robusta e oferecer alternativas legais para se conseguir alcançar a costa europeia. Se isto não ocorrer, seguirão existindo pessoas que morrerão tentando alcançar a segurança na Europa”, afirmou o chefe do Acnur, António Guterres.
“Mas a tragédia também lembra da necessidade de resolver as causas originárias que fazem com que tanta gente acabe com este trágico final. Espero que a UE assuma sua responsabilidade e evite outra tragédia desta magnitude”, acrescentou Guterres em um comunicado.
Se a nova tragédia for confirmada, com a desaparecimento destas 700 pessoas, o drama migratório chegará ao seu pior momento na história na região.
Até agora, a Guarda Costeira italiana informou sobre o resgate de 28 dos imigrantes que viajavam no barco e da recuperação de 24 corpos, enquanto unidades navais prosseguem a busca dos desaparecidos, que tinham partido da Líbia e naufragaram na zona do canal da Sicília.
Só neste ano mais de 35 mil solicitantes de asilo e imigrantes buscaram refúgio na Europa atravessando o mar, e se for confirmada a tragédia de hoje, 1.600 terão morrido durante a travessia.
Ao longo de 2014, 290 mil imigrantes ilegais cruzaram o Mediterrâneo, dos quais cerca de 3.500 morreram na tentativa. EFE
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