Ações da Petrobras têm maior queda desde 2005 por dúvidas sobre dívida
Rio de Janeiro, 26 fev (EFE).- As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras caíram nesta quarta-feira para o menor nível desde 2005 após a divulgação de que a dívida líquida da empresa cresceu 50% no último ano.
Os papéis preferenciais da empresa tiveram a maior queda da bolsa de São Paulo hoje, um dia depois de a empresa anunciar que o lucro líquido da companhia subiu 11% e ficou em R$ 23,57 bilhões em 2013.
Esse aumento dos lucros não impediu que as ações preferenciais da Petrobras perdessem hoje 3,39% e fechassem cotadas a R$ 13,70, seu menor valor desde 27 de dezembro de 2005.
As ações ordinárias da companhia petrolífera, as quintas mais negociadas nesta quarta-feira e também as quintas que mais perderam, caíram 2,33%, para R$ 12,97 por ação, menor valor desde 5 de agosto de 2005.
Apesar do lucro líquido da Petrobras ano passado ter ficado acima do previsto pelos economistas, os investidores se fixaram em outros indicadores da empresa, principalmente o da dívida, explicaram vários analistas.
O lucro da companhia petrolífera no quarto trimestre ficou em R$ 6,281 bilhões, queda de 18,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A produção de óleo cru diminuiu 2,5% no ano, até uma média de 1,931 milhões de barris diários, o que forçou a companhia a aumentar as importações de derivados para atender a demanda do mercado interno.
Para os analistas, o que mais pesou no mau humor dos investidores foram os dados sobre a dívida líquida da empresa, que subiu quase 50%, para R$ 221,563 bilhões no final de dezembro.
O salto foi provocado principalmente pela desvalorização do real em relação ao dólar, já que mais da metade da dívida da empresa foi contratada em moeda estrangeira.
Segundo o balanço, a dívida líquida da empresa equivale atualmente a 3,52 vezes o Ebidta (resultado operacional), frente às 2,78 vezes que valia no final de 2012.
A própria presidente da Petrobras, Graça Foster, admitiu hoje em teleconferência com investidores e acionistas que o conselho administrativo da empresa exigiu que a dívida fosse reduzida este ano a níveis compatíveis com a capacidade de geração de receita.
A executiva disse que o crescimento da dívida também obedeceu as captações realizadas pela empresa para financiar os investimentos recorde de R$ 104,4 bilhões do ano passado.
Para este ano, por outro lado, estão previstos investimentos de R$ 94,6 bilhões uma redução de 9%. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.