Ações do Banco Espírito Santo perdem mais de 50% do valor
Lisboa, 31 jul (EFE).- As ações do Banco Espírito Santo (BES) caíram nesta quinta-feira mais de 50% logo após começar sua cotação na Bolsa de Valores de Lisboa, com o preço por título caindo de 34 centavos de euro para apenas 17 centavos.
A compra e venda de títulos da entidade foi retomada às 10h (horário local, 6h de Brasília), após ser suspensa durante as duas primeiras horas da sessão pela Comissão da Bolsa de Valores portuguesa, com o objetivo de dar tempo aos investidores para analisar os comunicados divulgados sobre a situação financeira do BES.
O desastre sofrido pelo BES no principal seletivo da Bolsa de Lisboa, o PSI-20, aconteceu depois de o banco ter apresentado perdas no valor de 3,577 bilhões de euros durante o primeiro trimestre do exercício, um valor histórico.
Logo após divulgar estes resultados, o novo presidente do banco, Vítor Bento, que assumiu o cargo no dia 14 de julho, anunciou que será iniciado “imediatamente” um processo de ampliação de capital, já que a entidade não cumpre atualmente com os “rates” exigidos pelas autoridades europeias.
Em declaração enviada ao regulador da bolsa português, Bento assegurou que existe interesse por parte dos atuais acionistas e de outros “potenciais investidores” em participar desta operação de reforço de capital.
Além disso, informou que a entidade “já está preparando um plano estratégico de reestruturação que inclui uma avaliação dos ativos do banco”, também no exterior, com o objetivo de analisar possíveis vendas.
Horas mais tarde, já de madrugada, o Banco de Portugal (banco central português) censurou duramente o trabalho realizado pelos gerentes anteriores do BES, comandado por seu presidente durante os últimos 22 anos, Ricardo Salgado, líder por sua vez de uma das facções da família Espírito Santo.
O banco central do país decidiu, de fato, retirar a capacidade de voto dos Espírito Santo, atualmente seus maiores acionistas com 20,1% das ações, e suspendeu três administradores encarregados de auditoria, gestão de riscos e fiscalização.
Diferentes analistas apontaram nesta quinta-feira que a ampliação de capital pode chegar a superar os 4 bilhões de euros, tendo em vista as grandes perdas registradas no primeiro semestre de 2014, e inclusive advertem que a entidade poderia recorrer a fundos públicos. EFE
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