Acordo aumentou em 40% a venda de automóveis para Argentina em abril
Rio de Janeiro, 23 mai (EFE).- Os acordos fechados entre Brasil e Argentina para normalizar o comércio permitiram elevar em 40% as exportações de veículos brasileiros para a Argentina entre abril e esta sexta-feira, informou hoje o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges.
A expectativa do governo é por novos avanços nas negociações que serão retomadas semana que vem em Buenos Aires, mas o ministro destacou que o que já foi fechado até agora permitiu um aumento da troca comercial.
Borges se referiu especificamente a um acordo no qual a Argentina se comprometeu a suspender os controles de comércio ao setor automotivo na fronteira.
“Como foi estipulado com o governo argentino, não estão retendo veículos ou peças para automóveis na fronteira”, explicou Borges em uma conferência com integrantes da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
A suspensão dessas restrições permitiu aumentar em 40% as vendas de automóveis nacionais na Argentina em maio em comparação com abril, segundo os dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
“Trata-se de um indicador muito positivo”, afirmou.
Borges disse que o governo considera que, pelo menos no setor automotivo, o comércio com a Argentina já foi normalizado, e que ainda espera acordos em outros setores.
Mas ele admitiu que alguns dos itens do acordo automotivo ainda serão abordados na reunião de vice-ministros de Indústria.
Em reunião no início de maio em Brasília os vizinhos concordaram em prorrogar por um ano o acordo bilateral do setor automotivo e durante esse período negociar um convênio definitivo que permita chegar a uma “verdadeira integração” entre os dois países.
Por enquanto será mantida a fórmula conhecida como “flex”, que determina quanto pode importar cada país em função do que exporta.
Esse índice atualmente é de 1,95, o que significa que a cada milhão de dólares em veículos argentinos que chegam ao Brasil, os fabricantes brasileiros têm direito a exportar carros até um valor de US$ 1,95 milhão sem pagar impostos de importação.
Borges admitiu que os argentinos querem que o chamado sistema flex seja modificado no acordo definitivo e que esse índice seja reduzido para 1,3.
Segundo o ministro, a “condição brasileira é que o índice flex seja suficiente para dar segurança e fluência ao comércio bilateral”.
“O índice de 1,3 reflete o volume atual do comércio de automóveis entre os países. Nós defendemos um diferencial maior, entre 1,6 e 1,7”, afirmou.
A Argentina tem especial interesse na renovação do acordo automotivo, considerado de vital importância para reativar o comércio com o Brasil, que em abril caiu 24% em relação ao mesmo mês do 2013, segundo dados oficiais.
Os fabricantes e exportadores brasileiros também pressionaram o governo já que, no primeiro trimestre, perderam 32% das exportações previstas à Argentina, segundo dados da Anfavea. EFE
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