Acordo com as Farc sacrifica justiça na Colômbia, diz Human Rights Watch
A Human Rights Watch informou neste sábado (26) que o acordo entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) “sacrifica a justiça” para milhares de vítimas de graves violações de direitos humanos. “Apoiamos totalmente os esforços da Colômbia para alcançar um acordo de paz que ponha fim a anos de acontecimentos sangrentos, incluindo mecanismos inovadores para incentivar a responsabilização por violações de direitos humanos”, afirmou o diretor da organização para as Américas, José Miguel Vivanco.
Contudo, “ainda que a jurisdição especial contribua para que haja confissões, também vai permitir que os responsáveis máximos de atrocidades escapem à prisão, privando desse modo as vítimas de qualquer medida de justiça que minimamente respeite o sentido desse valor universal”, disse Vivanco.
O governo colombiano e as Farc anunciaram na noite de quarta-feira (24), em Havana, um acordo considerado decisivo para a paz entre as partes.
O acordo prevê a criação de um tribunal especial para a paz, e o Estado colombiano vai conceder uma anistia “o mais ampla possível” aos delitos políticos, ficando de fora os crimes que na legislação da Colômbia estejam tipificados como sendo de lesa-humanidade, genocídio ou graves crimes de guerra.
O acordo contempla ainda a entrega das armas pelas Farc num prazo de 60 dias. O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, já afirmou que o acordo de paz vai ser assinado no máximo “dentro de seis meses”.
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