Acordo de paz no Mali fica na corda bamba após explodirem novos confrontos
Bamaco, 17 set (EFE).- Grupos tuaregues, separatistas e outros próximos ao governo se enfrentam desde esta quinta-feira na região de Kidal, no norte do Mali, o que põe em perigo o acordo de paz assinado em junho.
Segundo fontes locais, os confrontos entre a Coordenação de Movimentos de Azawad (CMA), integrada pelos principais grupos tuaregues, e a Plataforma, formada pelas milícias pró-Bamako, acontecem em várias partes de Kidal.
A Gatia, principal milícia da Plataforma, e membros da CMA se atacaram a partir dessa cidade e Inhalil, próxima a Tessalit, que fica a 200 quilômetros ao norte de Kidal.
Desde ontem acontece na Argélia uma reunião com representantes de Mali, Mauritânia e Níger para avaliar a situação de segurança no Sahel, especificamente no Mali.
Espera-se que neste encontro, que analisa em profundidade o problema do terrorismo e da criminalidade, encontrem maneiras de desarmar os grupos malineses que participam do processo de paz.
No entanto, apesar do acordo alcançado em junho, as reservas entre as partes não foram superadas, como ficou comprovado pelos confrontos de agosto em Anefis, um povoado dentro de Kidal, que deixaram uma dezena de mortos.
A situação se acalmou com a retirada dos rebeldes da Plataforma de Anefis, mas agora a CMA, que tem seu reduto em Kidal, pediu que as milícias pró governo abandonem completamente a região.
Em junho, após meses de frustradas negociações, o governo e os tuaregues separatistas assinaram um acordo para alcançar a paz no norte do Mali e lutar contra o jihadismo e o narcotráfico.
No entanto, Kidal continua sendo um território onde nem o governo nem o exército estão presentes e o poder, de fato, é exercido pelo Movimento Nacional de Libertação do Azawad (MNLA), principal componente da CMA. EFE
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