Acordo de paz no Mali fracassa após rejeição de grupos opositores do norte

  • Por Agencia EFE
  • 13/03/2015 19h52
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Bamaco, 13 mar (EFE).- A Coordenação de Movimentos de Azawad (MLA) decidiu não assinar o acordo de paz “preliminar” alcançado em 1 de março em Argel pelo governo do Mali e representantes de várias milícias rebeldes.

Através de um comunicado, a coordenação, que reúne os grupos de oposição do norte, aponta que decidiu não rubricar o acordo preliminar que foi traçado na quinta rodada de negociações em Argel.

“Após longas consultas com os diferentes movimentos (…) o conselho decidiu não assinar o acordo preliminar traçado em 1 de março na quinta rodada de negociação de Argel”, indica a MLA.

O comunicado acrescenta que a coordenação convida o “governo malinês a continuar com as negociações com o objetivo de alcançar um acordo que seja satisfatório para ambas as partes”.

O governo de Bamaco e representantes de várias milícias assinaram em Argel o acordo preliminar de paz e esperavam que este fosse rubricado no final deste mês, mas já então a MLA manifestou suas reservas e pediu tempo para chegar a um consenso com a população.

Um dos principais assuntos de discórdia era que o acordo preliminar propunha que 30% do orçamento nacional fosse destinado a todas as regiões do país, mas para os rebeldes essa porcentagem era muito baixa porque a região de Kidal é uma das zonas menos desenvolvida e mais vulneráveis do Mali.

O governo de Bamaco e os rebeldes já assinaram um acordo de cessar-fogo em 19 de fevereiro -dois dias depois do início da quinta rodada de negociações-, destinado a pôr fim à violência no país desde o golpe de Estado de 2012.

A guerra interna no Mali alcançou no sábado a capital Bamaco com um atentado em pleno coração da cidade contra um restaurante e que causou a morte de cinco pessoas, três malineses, um francês e um belga, e deixou mais de dez feridos.

O atentado foi reivindicado pelo grupo “A brigada dos homens do turbante” (Katiba el Mulethemun), uma cisão do movimento terrorista Al Qaeda do Magrebe Islâmico, onipresente em todo o Sahel. EFE

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