Acordo iraniano é o mais importante desde a Guerra do Iraque, diz Obama

  • Por Agencia EFE
  • 05/08/2015 16h18

Washington, 5 ago (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ressaltou nesta quarta-feira que o debate no Congresso do país sobre o acordo nuclear com o Irã é o mais importante em termos de política externa desde a autorização da Guerra do Iraque, em 2002.

Em discurso feito na American University de Washington, Obama enfatizou que os mesmos legisladores que votaram a favor da guerra agora são contra o acordo com o Irã, e os considerou “equivocados” por pensarem que foi um “erro histórico” negociar com o Irã.

O líder americano afirmou que, mais de uma década depois do início da guerra no Iraque, os americanos continuam a sofrer as “consequências” da decisão de realizar essa invasão que, segundo sua opinião, beneficiou unicamente o Irã.

“O pacto com o Irã é o acordo de não proliferação mais sólido já negociado”, comentou diante de uma audiência de mais de 200 pessoas presentes.

Obama analisou que, em nível global, “todos os países, com a exceção de Israel”, manifestaram apoio ao acordo firmado em julho em Viena entre Irã e o Grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha). Além disso, lembrou que o acordo garante que o Irã não terá acesso ao plutônio necessário para fabricar uma bomba nuclear.

No início do discurso, Obama mencionou o presidente assassinado John F. Kennedy e seu pedido para uma “paz prática” em 1963, em plena Guerra Fria, para evitar uma guerra nuclear.

Foi na mesma American University que Kennedy pronunciou um grande discurso em junho de 1963 sobre a necessidade da diplomacia e em defesa do tratado de desarmamento nuclear assinado pouco depois.

Para entrar em vigor, o acordo feito em Viena no dia 14 de julho deve ser aprovado pelo Congresso dos EUA, assim como pelos parlamentos dos demais países signatários do pacto.

Os legisladores só podem anular a participação dos EUA no acordo se uma maioria de dois terços em ambas as câmaras do Congresso votar igual, o que invalidaria o veto que Obama prometeu impor a qualquer legislação contra o pacto.

Obama se envolveu de maneira bastante pessoal, dedicando tempo e esforços, em uma campanha para tentar vender as virtudes do acordo aos congressistas.

Com base na rejeição majoritária dos republicanos ao acordo, Obama foca esforços para convencer os congressistas democratas para tentar evitar que haja dois terços de votos contrários ao pacto.

O acordo assinado em julho prevê que Teerã limite seu programa nuclear de modo que não possa fabricar armas atômicas durante pelo menos dez anos. Em troca, a comunidade internacional precisa suspender as sanções que afetam a economia do país.

Para isso, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deve certificar até o fim do ano que a República Islâmica cumpre com os compromissos firmados com um calendário de atividades de verificação. EFE

mb/vnm

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