Adaptação ao fim do horário de verão dura até três dias e varia conforme rotina
Ficar com sono mais cedo, acordar antes da hora habitual, ter fome em momentos diferentes, cansaço e ânimo em períodos diversos e mudança de produtividade. Essas podem ser algumas das dificuldades que 127 milhões de brasileiros podem enfrentar nos primeiros dias desta semana que se inicia.
“O nosso cérebro é um gigantesco computador” e cada corpo tem suas programações específicas, ligeiramente alteradas em 60 minutos após o fim do horário de verão em 10 estados (RS, SC, PR, SP, RJ, MG, ES, GO, MS e MT) mais o Distrito Federal.
Os relógios dessas regiões do Brasil foram antecipados em uma hora à meia-noite deste sábado para domingo, dando uma hora a mais para seus moradores.
Rotina
O médico Alfredo Salim Helito explica que têm mais dificuldade de adaptar o corpo às mudanças do relógio aqueles que possuem uma rotina mais regrada.
“O organismo vai se adaptando com o tempo e varia de pessoa para pessoa”, diz. “Com a mudança de horário em uma hora, teoricamente um ser humano normal em 72 horas já estará absolutamente adaptado”.
Enquanto aqueles que têm horários de trabalho mais flexíveis, como jornalistas e médicos plantonistas, podem nem perceber a mudança no horário, as pessoas que costumam acordar, fazer as refeições, trabalhar e dormir em horários específicos devem sentir a hora de diferença por mais tempo, “dois a três dias”.
“O organismo se programa, você cria uma rotina dentro do seu cérebro, com seus hormônios”, explica Salim.
Exercícios
Para quem estava acostumado a aproveitar o pôr do sol mais tarde do horário de verão para fazer exercícios físicos no final do dia, o médico recomenda “não fazer o exercício com tanto vigor nos primeiros três dias”.
Hormônios
“O organismo cria regras”, explica novamente Alfredo Salim Helito. E isso se dá por meio do ciclo cicardiano, o ritmo biológico do nosso organismo que faz mudanças no corpo durante o dia de acordo coma as variações de luz e temperatura.
A rotina, por sua vez, afeta a produção de hormônios, que ajudam a despertar e a criar sonolência. Por exemplo, a energia do corpo pode ser alterada pelo nível de cortisol (o “hormônio do stress”), que à tarde é menos de um terço do que de manhã. A produção da tireóide também pode ser alterada.
Mas não há tantos motivos para ficar preocupado. As 72 horas são o máximo que um corpo demora pra se acostumar. O organismo humano se adapta tão bem às situações externas, que o ciclo circadiano de um guarda noturno, por exemplo, é totalmente diferente das pessoas “comuns”, já que o profissional que trabalha de madrugada tem de ficar mais “ligado” durante a noite.
“A maneira com que o organismo tem para se adaptar a essas mudanças é incrível”, conclui o doutor.
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