Adiadas negociações de conflito no Iêmen que começariam quinta-feira

  • Por Agencia EFE
  • 26/05/2015 17h26
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Nações Unidas, 26 mai (EFE).- A ONU anunciou nesta terça-feira que as conversas sobre o Iêmen que começariam na próxima quinta-feira em Genebra foram adiadas, e que procura promover esse diálogo “o mais rápido possível”.

O anúncio foi feito pelas Nações Unidas no escritório do porta-voz do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, acabando com a incerteza que reinava nas últimas horas sobre o começo dessas negociações e versões sobre seu possível adiamento.

Segundo o comunicado oficial, o diálogo foi adiado para uma data não definida ainda, a pedido do governo do Iêmen e de outros “atores-chave” do conflito, para “terem mais tempo para preparar as negociações”.

Nas conversas, com a mediação da ONU, estava prevista a presença de representantes do governo do Iêmen, dos rebeldes houthis e de outros grupos desse país, que vive um sério conflito armado há vários meses.

O comunicado disse que o adiamento das conversas foi pedido por Ban ao seu enviado especial para o Iêmen, Ismail Ould Sheikh Ahmed. “O secretário-geral está trabalhando ativamente para convocar as conversas o mais rápido possível”, acrescentou.

Ban está “decepcionado por não ter sido possível começar uma iniciativa tão importante”.

A ONU tinha pedido às partes que participassem da reunião “com boa fé e sem condições prévias”, a fim de buscar uma “solução duradoura para a crise no Iêmen que seja inclusiva e negociada politicamente”.

Em princípio, tinha dito a ONU, só participariam representantes iemenitas, não de nações que estão envolvidas nesse conflito, como a Arábia Saudita, que bombardeou posições houthis, e o Irã, que apoia esses rebeldes.

O comunicado mencionou que Ban pediu ao seu enviado especial que redobre os esforços para consultar as diferentes partes e países da região para alcançar um cessar-fogo e a realização das negociações, agora adiadas.

Nas últimas horas surgiram diferentes informações que antecipavam que as conversações seriam adiadas, o que até agora a ONU não tinha confirmado oficialmente.

Fontes próximas ao presidente iemenita disseram na segunda-feira que as conversas tinham sido adiadas indefinidamente porque os houthis tinham se negado a cumprir uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.

Essa resolução, número 2216, exigia que os houthis cedessem parte do território conquistado nas últimas semanas e devolvessem as armas apreendidas das forças militares leais ao presidente iemenita.

Os houthis já tinham afirmado que só participariam das conversas de Genebra se os bombardeios contra suas posições, feito pela coalizão de países liderados pela Arábia Saudita, fossem suspensos.

Segundo os últimos dados da ONU, pelo menos 1.037 civis morreram no Iêmen entre 26 de março e 20 de maio, e outras 2.453 pessoas ficaram feridas no conflito armado.

O Iêmen foi palco de revoltas políticas em 2011, no calor da “primavera árabe”, e nos últimos meses sofre com um conflito armado.

Os rebeldes houthis controlam a capital, Sana, e vastas áreas do país, enquanto o presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi, está refugiado em Riad desde fim de março.

A ONU tem alertado para o risco de que o conflito ultrapasse as fronteiras do Iêmen.

Já o Irã acompanha com muito receio a intervenção armada da coalizão de nações árabes liderada pela Arábia Saudita. EFE

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