Advogado de réus deixa plenário, e julgamento do Carandiru é suspenso

  • Por Agencia EFE
  • 18/02/2014 19h43

São Paulo, 18 fev (EFE).- A terceira etapa do julgamento do Massacre do Carandiru, que julga 15 policiais militares que participaram da ação que terminou com 111 detentos mortos, foi suspensa nesta terça-feira.

A suspensão dessa fase do julgamento, que começou na segunda-feira, aconteceu depois que o advogado da defesa, Celso Vendramin, deixou o plenário do Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, após discutir com o juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo durante o testemunho do coronel Arivaldo Sergio Salgado.

O coronel, comandante da tropa dos 15 PMs na época do massacre, estava sendo interrogado por um promotor, que comparou o que Salgado disse hoje com seu depoimento de 20 anos atrás.

O advogado recriminou que o promotor fizesse perguntas e saiu da sala “em protesto contra esse tipo de inquisição”, disse.

Após sua saída, o júri foi dissolvido e o processo terá que ser retomado em uma nova data e com um novo grupo de jurados.Nas primeiras etapas, concluídas no ano passado – 21 anos depois do massacre -, 23 dos policiais acusados foram condenados a penas de 156 anos de prisão, enquanto outros 25 pegaram penas de 624 anos.

Em 2001, um juiz condenou o coronel Ubiratan Guimarães, que comandou a operação na penitenciária, a 632 anos de prisão pela morte de 102 dos presos, embora esse julgamento tenha sido cancelado em 2006 por um tribunal de segunda instância. No entanto, alguns meses depois, o oficial foi assassinado.

O massacre, que terminou com um total de 111 mortos, ocorreu em outubro de 1992, às vésperas das eleições municipais, quando a Polícia Militar de São Paulo invadiu a penitenciária com a intenção de contornar uma suposta rebelião com presos armados em um dos pavilhões.

A prisão, então a maior de São Paulo com oito mil, foi desativada em 2002 e o local foi transformado em um parque público. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.