Advogado de Snowden lamenta EUA terem negado pedido de indulto

  • Por Agencia EFE
  • 28/07/2015 16h21

Moscou, 28 jul (EFE).- O advogado do ex-analista dos serviços secretos americanos Eduard Snowden lamentou nesta terça-feira que os Estados Unidos tenham negado o pedido popular de indulto para seu cliente, e criticou a politização do caso pela Casa Branca.

“Nesse país, o caso Snowden é olhado do ponto de vista político e não jurídico. Falam de Edward como um criminoso”, disse Anatoly Kucherena, assessor legal do ex-analista, à agência “Interfax”.

Kucherena avaliou que as declarações sobre Snowden mostram que as autoridades americanas “não estão dispostas a dirigir no futuro uma investigação honesta, justa e imparcial”.

Lisa Monaco, assessora da Casa Branca para segurança nacional e antiterrorismo, divulgou uma nota hoje respondendo a um pedido de indulto a Snowden. O comunicado o convidou a retornar aos EUA e se sentar no banco dos réus diante de um júri popular.

Ela acusou Snowden de pôr a segurança dos Estados Unidos em perigo ao roubar e divulgar informação secreta, de se esconder em um país “de regime autoritário” e de não enfrentar as consequências de seus atos.

Kucherena criticou o tom “obsceno” empregado por Mônaco e lembrou o fato de os Estados Unidos dedicarem todas suas energias a desacreditar seu cliente, já que não têm provas de que Snowden seja um criminoso.

“Enquanto isso, existem dados de que os serviços secretos dos Estados Unidos escutavam e continuam escutando não só seus cidadãos, mas os líderes de outros países”, rebateu.

Além disso, Kucherena criticou a demora das autoridades norte-americanas em responder ao pedido. A Casa Branca levou dois anos para responder a solicitação de perdão, assinada por 167 mil pessoas.

Alguns políticos americanos pediram pena de morte para Snowden, acusado nos Estados Unidos de alta traição por revelar a espionagem dos serviços secretos norte-americanos.

O ex-agente da Agência de Segurança Nacional, que chegou a Moscou em junho de 2013 vindo de Hong Kong, recebeu há um ano permissão de residência na Rússia por três anos.

Segundo seu advogado, ele encontrou trabalho na Rússia no setor de tecnologia da informação, embora por motivos de segurança seu paradeiro seja mantido em segredo. EFE

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