Advogado pede fim de prisão preventiva para acusado de matar Nemtsov

  • Por Agencia EFE
  • 12/03/2015 11h13
  • BlueSky

Moscou, 12 mar (EFE).- O advogado do checheno Zaur Dadaev, principal acusado do assassinato do opositor russo Boris Nemtsov, entrou com um pedido de relaxamento da prisão preventiva determinada até 28 de abril contra seu cliente.

“Recebemos um recurso do defensor de Dadaev que pede a mudança da medida cautelar em forma de prisão preventiva”, informou uma porta-voz do tribunal Basmanni de Moscou.

Dadaev, ex-membro das forças especiais da Chechênia, e o também checheno Anzor Gubashev são acusados de assassinar o político liberal russo, baleado em 27 de fevereiro em frente ao Kremlin, e também de posse ilegal de armas.

O advogado do acusado decidiu recorrer contra a prisão preventiva depois de o jornal “Moskovski Komsomolets” denunciar ontem que Dadaev e Gubashev foram torturados para confessarem o envolvimento no assassinato.

Ao jornal Dadaev desmentiu completamente seu testemunho anterior, no qual admitia ter disparado quatro balas nas costas de Nemtsov quando ele passeava com uma ucraniana por uma ponte sobre o rio Moscova.

Mikhail Fedotov, chefe do Comitê de Direitos Humanos (CDH), ligado ao Kremlin, criticou a decisão de interrogar o ativista e a jornalista que publicaram as escabrosas revelações sobre torturas.

“Pessoalmente, não vejo nenhum sentido em seu interrogatório. Pode ser que os instrutores nos expliquem que relação eles têm com o assassinato de Nemtsov. É evidente que não têm qualquer relação com o assassinato. Isto todos sabem”, disse.

E antecipou que pediu autorização ao Comitê de Instrução para que os membros do CDH possam visitar os acusados na prisão amanhã, sexta-feira.

Caso sejam confirmadas, as denúncias de torturas jogariam por terra a versão de que Dadaev cometeu o assassinato motivado pelas críticas de Nemtsov ao islã e pela defesa das caricaturas de Maomé publicadas pela revista francesa “Charlie Hebdo”.

Tanto a filha de Nemtsov como o advogado da família e seus correligionários tinham posto em dúvida o rastro islamita e insistiram que o opositor foi vítima de “um assassinato político”.

A imprensa local publicou a denúncia apresentada por Nemtsov ao Comitê de Instrução por causa das ameaças de morte que havia recebido, motivadas por sua posição contra a ingerência militar russa na Ucrânia. EFE

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.