Advogados de direitos humanos são perseguidos na China, denunciam ONGs
Pequim, 12 jul (EFE).- Pelo menos 74 advogados que trabalham em casos de violações dos direitos humanos na China foram detidos, interrogados ou tiveram suas casas e escritórios revistados em uma campanha nacional lançada pela Polícia desde a quinta-feira passada, denunciaram três ONGs.
“A operação ainda está em andamento e os números não são definitivos, mas até as 9h de hoje (22h de sábado em Brasília) pelo menos 74 tinham sido interrogados, detidos ou tinha perdido contato com eles e, desses 74, nove foram levados”, disseram à Agência Efe fontes da organização China Human Rights Lawyers Concern Group (CHRLCG).
As ONGs Anistia Internacional (AI) e Defensores Chineses dos Direitos (CHRD) também confirmaram esta campanha contra advogados de direitos humanos que, embora centrada em Pequim, está acontecendo em cidades diferentes do país.
Além disso, há quatro advogados desaparecidos, enquanto os 61 restantes foram detidos temporariamente ou citados para responder às perguntas da Polícia, disseram as fontes da CHRLCG, uma ONG com sede em Hong Kong.
“Na China a prisão domiciliar não tem que ser realizada necessariamente em casa. Não sabemos onde está agora este advogado e tememos que possa estar sujeito à tortura”, afirmaram as fontes da organização hongkonesa.
A AI explicou em comunicado que a campanha começou na quinta-feira, quando uma advogada defensora dos direitos humanos desapareceu, Wang Yu, após enviar para seus amigos uma mensagem de texto no qual dizia que tinha ficado sem luz e internet em casa e que alguém tentava entrar no imóvel.
Ao saber de seu desaparecimento, uma centena de advogados chineses assinaram um manifesto de protesto e muitos deles acabaram sendo detidos e interrogados entre sábado à noite e sexta-feira. EFE
avc/ma
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