Advogados de Trump pedem que julgamento por fraude seja adiado, diz jornal
Advogados do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitaram na última quarta-feira (9) que o julgamento do processo civil contra o empresário por fraude envolvendo a Trump University, previsto para começar em menos de três semanas, seja adiado em razão dos compromissos que ele terá durante a transição de poder no país. A informação está em uma reportagem do Washington Post, disponível no site do jornal.
Os representantes de Trump dizem que ele está “muito ocupado” nos próximos meses preparando-se para assumir a Casa Branca, o que impossibilitaria sua presença no tribunal no dia 28, e pedem que a audiência seja adiada para fevereiro ou março, após a posse.
De acordo com o Washington Post, pedido foi feito ao juiz Gonzalo Curiel, o mesmo que Trump criticou duramente durante a campanha presidencial, acusando-o de atuar de forma tendenciosa em razão da origem mexicana do magistrado. Curiel expressou sua preocupação em relação ao atraso do caso e afirmou que deverá se decidir sobre o pedido nesta segunda-feira. “Estamos em um território nunca antes desbravado”, afirmou o advogado Daniel Petrocelli ao juiz, ao destacar que nunca antes na história dos EUA um presidente eleito foi levado a uma corte em circunstância semelhantes.
Mais tarde, Petrocelli afirmou para a imprensa que um julgamento já durante a presidência de Trump seria melhor do que durante o intenso período de transição. Ele disse que o caso se trata de uma “circunstância muito complicada até mesmo para um presidente em exercício”.
O caso envolvendo a unidade da Trump University na Califórnia é uma das duas ações legais por fraude abertas por ex-clientes do programa de seminário com foco no mercado imobiliário. Os querelantes alegam que foram enganados por anúncios que prometiam instrutores escolhidos pessoalmente por Trump para o programa – o que nunca teria acontecido – e diziam que aprenderiam os truques pessoais de Trump nessa área.
Nas audiências do caso, Trump admitiu que não chegou a escolher os instrutores do curso, muitos dos quais ele sequer lembrava do nome ou do rosto. O empresário alegou, no entanto, que a maioria das pessoas que participara dos cursos havia ficado satisfeita com a experiência. Os advogados do magnata preveem que ele será inocentado.
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