Advogados do Marrocos rejeitam defender pedófilo britânico em julgamento

  • Por Agencia EFE
  • 11/02/2014 17h23

Rabat, 11 fev (EFE).- Dois advogados do Marrocos se negaram sucessivamente a defender o britânico Robert Bill, julgado por tentar raptar uma criança em Tetuão, e com antecedentes na Espanha por delito semelhante cometido em Vélez-Málaga.

Conforme informou nesta terça-feira à Agência Efe Mohamed Benaissa, diretor do Observatório do Norte de Direitos Humanos, o juiz de apelação de Tetuão adiou hoje, pela quarta vez, o caso depois da negativa dos advogados. Dessa forma, um terceiro profissional será nomeado, e o julgamento passou para 11 de março.

Benaissa acrescentou que os dois advogados que renunciaram são da cidade de Tânger, e as recusas se somam a do Colégio de Advogados de Tetuão, onde é realizado o julgamento, que também rejeitou por unanimidade assumir a defesa de Bill.

O britânico – acusado de rapto, tentativa de rapto, residência ilegal no Marrocos e adultério (pois vivia em concubinato com uma mulher marroquina) – foi transferido em novembro do ano passado para a penitenciária de Salé, perto de Rabat, para ser interrogado por outros delitos, explicou o diretor sem informar quais são.

O caso de pedofilia em questão aconteceu em 18 de junho. Robert Bill, um galês de 59 anos, tentou raptar uma menina de seis anos na cidade de Xexuão, que conseguiu escapar. Mais tarde, no mesmo dia, Bill tentou raptar outras duas meninas de seis anos de idade em um bairro pobre de Tetuão em plena luz do dia, mas a tentativa foi abortada após a intervenção dos vizinhos que descobriram e o entregaram à polícia.

Bill já cumpriu uma condenação de dois anos na Inglaterra por tentar raptar uma menina de 12 anos em Vélez-Málaga, mas a menina conseguiu escapar de seu carro e denunciá-lo.

Em junho do ano passado, a associação marroquina “Não encoste no meu filho” denunciou que cerca de 26 mil crianças sofrem todos os anos algum tipo de violência sexual no Marrocos, e alertou que o número tem aumentado.

Por sua vez, a Câmara dos Representantes do Parlamento marroquino aprovou ontem três convênios relativos à proteção das crianças: um deles o Convênio do Conselho da Europa para a proteção das crianças contra a exploração e o abuso sexual (Lanzarote 2007).

O grupo aprovou também o Convênio Europeu sobre o Exercício dos Direitos das Crianças (Estrasburgo 1996) e o Convênio sobre Relações Pessoais Relativas às Crianças (Estrasburgo 2003). EFE

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