Aécio diz que reconhecimento de corrupção na Petrobras “chegou tarde”

  • Por Agencia EFE
  • 19/10/2014 15h38

Rio de Janeiro, 19 out (EFE).- O candidato Aécio Neves (PSDB) afirmou neste domingo que o reconhecimento por parte da presidente Dilma Rousseff da existência de desvios de recursos da Petrobras para supostamente favorecer políticos é “uma evolução”, mas que chegou “um pouco tarde”.

“Vejo uma evolução no fato de ela admitir, mas quando houve um pedido (no Congresso) para a criação da CPI (Comissão Parlamentar de Investigação) da Petrobras, o PT disse que tudo era invenção, mas os fatos estão aí”, declarou em uma coletiva de imprensa no Rio de Janeiro.

Aécio disse que Dilma deve se explicar a respeito das denúncias sobre João Vaccari Neto, tesoureiro do PT e apontado de receber as propinas do esquema de corrupção que supostamente favorecia o partido.

No sábado, pela primeira vez, a presidente e candidata à reeleição admitiu que houve desvio ilegal de recursos na companhia petrolífera e se comprometeu a buscar um “ressarcimento” desse dinheiro.

Investigações indicam que 3% do orçamento dos contratos da Petrobras com outras empresas, principalmente de construção civil, era desviado para financiar as campanhas eleitorais.

Os delatores, que confessam à Justiça em troca de uma redução de pena, são o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, em prisão domiciliar, e o empresário Alberto Youssef, proprietário de uma casa de câmbio que supostamente administrava os fundos e preso no estado do Paraná.

Neves concedeu a entrevista coletiva antes caminhar com cerca de 500 correligionários, entre eles o ex-jogador Ronaldo e técnico de vôlei Bernardinho, pelas praias de Copacabana, sob sol intenso e altas temperaturas.

O candidato tucano acusou o PT de “trabalhar contra a dignidade das pessoas que recebem o Bolsa Família” que, segundo ele, é manipulado para ganhar votos ao dizer que a oposição acabará com o benefício se chegar ao poder.

“Queremos impedir que cada família fique mais um ano na mesma faixa. Quero uma grande luta para tirar às pessoas da miséria. Vamos administrar e aperfeiçoar as propostas que deram resultado. O PT tem a ideia anacrônica de crer que o mundo começou com eles”, comentou.

O senador declarou que quer “debater propostas e falar do futuro do Brasil” com a candidata petista, para deixar de lado as acusações, muitas delas de caráter pessoal.

“Sou de uma escola política que meu avô (Tancredo Neves) me ensinou. Ele dizia que quem deve brigar são as ideias e não as pessoas”, apontou.

No primeiro turno das eleições, no dia 5 de outubro, Dilma terminou em primeiro lugar com 41,5% dos votos, seguida por Aécio, com 33,5%. Institutos de pesquisas apontaram recentemente que ambos estão tecnicamente empatados para o segundo turno. EFE

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