Aécio Neves volta a criticar “amarras” impostas por Mercosul ao país

  • Por Agencia EFE
  • 06/08/2014 15h04
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Brasília, 6 ago (EFE).- O candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves, voltou a atacar nesta quarta-feira o Mercosul e disse que o bloco impõe “amarras ideológicas” que impedem uma maior inserção do Brasil ao comércio internacional.

O tucano participou hoje de um evento organizado pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA), que também convidou para o encontro a presidente Dilma Rousseff e o candidato do PSB, Eduardo Campos.

“A política externa é comércio”, disse Aécio, que prometeu que se for eleito a “ação exterior do país será orientada para o comércio” e dirigida “com pragmatismo e não com ideologia”.

Aécio Neves, como vem fazendo desde o início da campanha, afirmou que a política externa do Brasil é conduzida para agradar “amigos” e orientada por “alinhamentos ideológicos”, quando na realidade deveria “servir para os brasileiros”.

Nesse sentido, insistiu que é preciso “flexibilizar as normas do Mercosul”, bloco que o Brasil integra ao lado de Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela e que impede seus membros de negociar acordos comerciais de forma independente.

Segundo Aécio, o país deve ter “liberdade comercial”, “abrir um pouco mais sua economia” e ampliar sua presença em “novos mercados”, embora esse processo deva ser “feito de forma organizada e não de uma maneira abrupta”.

O candidato citou como exemplo do “fracasso” do governo Dilma a falta de um acordo com a União Europeia (UE), o que atribuiu aos empecilhos com “vizinhos”, com os quais o “Brasil se alinha em termos ideológicos” e que fazem o país perder mercados.

Aécio admitiu que a crise internacional prejudicou a economia brasileira, mas criticou “problemas internos” do governo e decisões econômicas “equivocadas”, que de acordo com o candidato levaram a uma inflação próxima a 6%, com baixo crescimento e taxas básicas de juros de 11%.

Sobre a atividade agrícola, afirmou que o setor “vai bem apesar do governo”, mas que “pode e deve” melhorar mais sua produtividade e, sobretudo, diminuir seus custos, que prejudicariam uma maior presença no comércio exterior.

O tucano atribuiu o elevado “custo Brasil” às carências do país em infraestrutura, o que, na sua opinião, são resultado da falta de “eficiência” do governo de Dilma, que classificou de “incapaz”.

Segundo Aécio Neves, o Brasil deve “superar esta etapa gravíssima de crise e desesperança e iniciar um ciclo novo de desenvolvimento sustentável e resgate da confiança na economia, para seguir avançando nos indicadores sociais”.

O candidato do PSDB assegurou que o “Brasil precisa de marcos reguladores absolutamente claros” e que “garantam ao investidor nacional e estrangeiro a segurança necessária”, sem nenhum tipo de “preceitos ideológicos”.

Aécio afirmou ainda que irá reduzir substancialmente o número de ministérios (existem 39 atualmente) e reforçará a pasta de Agricultura, que deve “estar presente na discussão geral do setor” e no planejamento de uma nova infraestrutura para o campo.

O tucano disse que o governo de Dilma foi “omisso” com a reforma agrária, que segundo os próprios pequenos produtores estaria paralisada, e com a demarcação de terras indígenas, que segundo ele é foco de vários e violentos conflitos no campo.

Segundo as últimas pesquisas, Aécio Neves está em segundo nas preferências dos eleitores, com cerca de 22% dos votos, contra 40% de Dilma e 10% de Campos. EFE

ed/dk

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